Estudo da evolução dos processos de alteração supergênica de rocha granítica - Granito Independência - Morro do IPA, Porto Alegre, RS

Autores

  • Marcelo H. NEUMANN Programa de Pós-graduação em Geociências - Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • André S. MEXIAS Instituto de Geociências - Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Maria L. VIGNOL-LELARGE Instituto de Geociências - Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Márcia E. B. GOMES Instituto de Geociências - Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Alberto V. INDA Jr. Faculdade de Agronomia - Departamento de Solos - Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Laurent CANER Université de Poitiers
  • Christophe RENAC Université Sophia Antipolis
  • Elissa F. RAMOS Instituto de Geociências - Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.22456/1807-9806.37376

Palavras-chave:

alteração supergênica, Granito Independência, argilominerais

Resumo

As rochas da superfície terrestre estão permanentemente expostas à ação de agentes naturais, como a água, as variações de temperatura, os gases atmosféricos e a ação dos seres vivos. Dentre a ação dos seres vivos, nos centros urbanos destaca-se a ação antrópica, que por vezes acaba por degradar os recursos naturais. Nesse contexto, entender os processos de transformação das rochas, para que se possa compreender a gênese e evolução dos solos, e assim, aperfeiçoar métodos para sua recuperação, torna-se imprescindível. Este estudo foi desenvolvido em um perfil de alteração de rocha granítica localizado na área urbana de Porto Alegre, onde foram coletadas oito amostras representativas dos diferentes níveis, da rocha ao solo. As amostras foram analisadas por difratometria de raios X (DRX), pelo método do pó na rocha total e na fração < 4 μm. A composição química foi determinada por fluorescência de raios X (FRX). Fragmentos das amostras foram observados no microscópio eletrônico de varredura (elétrons secundários) e no microscópio ótico. Os estudos mineralógicos e petrográficos mostraram a existência de pequena variação composicional vertical no perfil, essencialmente composto por quartzo, feldspato alcalino e caolinita, identificados em todos os horizontes, e ilita/biotita identificadas nos horizontes saprolíticos. As análises através de imagens de elétrons secundários permitiram identificar ainda a presença de haloisita. A exsudação de ferro pelas lamelas da biotita observada no microscópio óptico marca o início da alteração supergênica no granito. Os dados de FRX mostram que a escolha do elemento imóvel de referência para verificar a existência ou não de enriquecimento dos elementos ao longo do perfil é muito importante, pois neste trabalho verificou-se que o alumínio tem um comportamento móvel, provavelmente associado às condições de acidez do solo.

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Biografia do Autor

Marcelo H. NEUMANN, Programa de Pós-graduação em Geociências - Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Possui graduação em geologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1998). Atualmente é consultor ambiental - Econobel Consultoria e Projetos Ltda.. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Geologia Ambiental.

André S. MEXIAS, Instituto de Geociências - Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Possui graduação em Geologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1983), mestrado em Geologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1990) e doutorado em Geociências pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2000). Atualmente é Professor Associado da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Geoquímica e Metalogenia, atuando principalmente nos seguintes temas: alteração hidrotermal, ouro, geoquímica, isótopos estáveis, diagênese, argilominerais em rochas reservatórios e técnicas analíticas de estudo de argilominerais (DRX, MEV, LNLS, etc.). No seu mestrado e doutorado realizou estágios sanduíches na Universidade de Poitiers (França), onde possui convênio específico firmado em 2006. Prof. Visitante na Universidade de Saint Etienne em 2007 (abril e maio). Pos-Doutoramento na Universidade de Poitiers (Franca) entre dez/2008 e marco/2009. Vice-Presidente da Sociedade Brasileira de Geoquímica (2011-2013). Coordenador brasileiro (juntamente com França, Portugal, Grécia e Canadá) do programa Erasmus Mundus - IMACS (International Master of Advanced Clay Science). Diretor do Instituto de Geociências (UFRGS) 2013-2016. Coordena o Laboratório de difratometria de raios X do Centro de Estudos em Petrologia e Geoquímica desde a sua criação em setembro de 1991.

Maria L. VIGNOL-LELARGE, Instituto de Geociências - Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Possui graduação em geologia com enfase em geoquimica (Deug, Licence, Maitrise SNV e Geochimie) obtida na Universite de Paris VII - Jussieu(1986), mestrado em Geoquimica Fundamental - Universite de Paris VII - Jussieu (1987) e doutorado em Geocronologia - Universite Joseph Fourier (Scientifique Et Medicale), Grenoble I -França(1993). Atualmente é professor associado 2 da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Geocronologia, atuando principalmente nos seguintes temas: termocronologia de baixa temperatura, através do método dos traços de fissão em apatitas, aplicado à evolução termotectônica de margens passivas,estudos de proveniência, soerguimento-denudação e geologia ambiental.

Márcia E. B. GOMES, Instituto de Geociências - Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Possui graduação em Geologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1983), mestrado em Geociências pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1990) e doutorado em Geociências pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1996) e pela Université de Poitiers (França). Atualmente é professor adjunto da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Mineralogia e Geoquímica, atuando principalmente nos seguintes temas: basaltos, alteração hidrotermal, geoquimica, granitos e bacia do parana.

Alberto V. INDA Jr., Faculdade de Agronomia - Departamento de Solos - Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Possui graduação em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Maria (1994), mestrado em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Maria (1997), doutorado em Ciências do Solo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2002) e pós-doutorado pela Universidade de Córdoba-Espanha (2007). É Professor Associado da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Atua na área de Agronomia, com ênfase em Pedologia e Uso do Solo; principalmente, nas linhas de pesquisa (i) ações antrópicas na dinâmica mineralógica de solos tropicais e subtropicais, (ii) minerais pedogênicos como indicadores pedoambientais e de processos pedogenéticos, e (iii) recuperação de áreas degradadas. É Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo da UFRGS.

Laurent CANER, Université de Poitiers

Possui doutorado em PEDOLOGIE pela Université de Lorraine(2000). Tem experiência na área de Agronomia, com ênfase em Ciência do Solo.

Christophe RENAC, Université Sophia Antipolis

Possui doutorado em Doutorado - Université de Poitiers (1994). Atualmente é professor titular - Université de Nice Sophia Antipolis. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Isotope geochemistry, atuando principalmente no seguinte mineralogia das argilas, e isotopos estaveis.

Elissa F. RAMOS, Instituto de Geociências - Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Atualmente é estudante de graduação do curso de geologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

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Publicado

2012-12-31

Como Citar

NEUMANN, M. H., MEXIAS, A. S., VIGNOL-LELARGE, M. L., GOMES, M. E. B., INDA Jr., A. V., CANER, L., RENAC, C., & RAMOS, E. F. (2012). Estudo da evolução dos processos de alteração supergênica de rocha granítica - Granito Independência - Morro do IPA, Porto Alegre, RS. Pesquisas Em Geociências, 39(3), 213–229. https://doi.org/10.22456/1807-9806.37376