Caracterização estrutural e petrológica de metatonalitos e metadioritos do Complexo Arroio dos Ratos na sua seção-tipo, região de Quitéria, RS
DOI:
https://doi.org/10.22456/1807-9806.23837Palavras-chave:
magmatismo sintectônico, associações tipo TTG, arco magmático continental, Paleoproterozóico do Escudo Sul-rio-grandenseResumo
O Complexo Arroio dos Ratos faz parte do embasamento do Batólito Pelotas, no Escudo Sulrio-grandense. O mapeamento geológico-estrutural de sua seção-tipo, na região de Quitéria, RS, levou à identificação de um conjunto de rochas tonalíticas a dioríticas foliadas, denominado Associação 1 (A1), intrudido discordantemente por rochas de composição similar. O embasamento destes tipos litológicos compreende gnaisses calcissilicáticos, gnaisses tonalíticos e rochas metavulcano-sedimentares. A A1 é composta por granada-biotita metatonalitos de granulação média a grossa e por metadioritos a metatonalitos de granulação fina, com granada restrita aos termos mais diferenciados. As relações de campo indicam que os termos finos constituem diques sinplutônicos intrudidos nos demais. Em ambos os grupos, a textura granoblástica é atribuída à recristalização sob temperaturas compatíveis com as da fácies anfibolito superior a granulito. A foliação S tem direção NW-SE a EW e a sua dispersão é atribuída 1 principalmente aos efeitos das dobras F2 , cujo eixo tem caimento baixo a médio para WSW, coincidente com a posição da lineação de estiramento, LX . Retirando-se os efeitos das dobras F2 , a geometria original da foliação na A1 teria sido sub-horizontal, com mergulho suave para WSW. O sentido de movimento dado por estruturas de macro e microescala indica topo para E. Os metatonalitos e metadioritos da A1 são meta a peraluminosos e pertencem à série cálcio-alcalina de médio a alto-K. O comportamento dos elementos maiores e traços e o padrão de fracionamento moderado dos ETR, com enriquecimento dos leves em relação aos pesados, indicam ambiente de arco continental maduro para o magmatismo desta associação e a mesma é comparável a associações TTG. Dados preliminares situam a A1 no Paleoproterozóico e o conjunto das informações permite compará-las aos ortognaisses do Complexo Encantadas, embora estes registrem com mais intensidade o metamorfismo regional orogênico. Assim, presume-se que as rochas da A1 representem o registro da fase mais madura do mesmo arco continental onde teria se gerado o Complexo Encantadas.