A região cárstica dos Campos Gerais, Paraná-São Paulo, Brasil: revisão de conceitos, potencial espeleológico e políticas públicas de geoconservação

Autores

  • Henrique Simão Pontes Departamento de Geociências da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e Grupo Universitários de Pesquisas Espeleológicas (GUPE)
  • Luiz Alberto Fernandes
  • Mário Sérgio de Melo
  • Laís Luana Massuqueto

DOI:

https://doi.org/10.22456/1807-9806.100555

Palavras-chave:

carste não carbonático, quartzoarenitos, gestão do território, legislação, licenciamento ambiental espeleológico

Resumo

A região cárstica dos Campos Gerais (RCCG), situada nos estados do Paraná e São Paulo, é considerada uma nova região cárstica brasileira. A área congrega várias cavernas e feições típicas de relevo cárstico, desenvolvido em rochas da Formação Furnas e da subunidade Vila Velha (Grupo Itararé), compostas, sobretudo por quartzoarenitos. Os conceitos de região cárstica, província espeleológica e distrito espeleológico muitas vezes se confundem e até mesmo são utilizados como sinônimos. Propõe-se aqui nova conceituação para estes termos visando seu uso na gestão de territórios, políticas públicas e geoconservação. Apresenta-se um algoritmo matemático para estabelecimento do potencial espeleológico estimado (PEE) de uma área, visando indicar parâmetros menos subjetivos sobre a possibilidade de existência de cavernas. O cálculo proposto visa evitar parâmetros vagos, como a ausência ou baixo potencial de ocorrência de cavidades e rochas carbonáticas. Após tal revisão de conceitos, apresentação do PEE e registro da nova região cárstica, discute-se sobre as políticas públicas e procedimentos administrativos na esfera estadual e municipal, com foco de análise no distrito cárstico de Ponta Grossa (DCPG), área de maior concentração de cavernas da RCCG. Presença de problemas legais e em procedimentos administrativos apontam os riscos na proteção do patrimônio geológico da área frente às atividades e empreendimentos de significativo potencial degradador. Ao final, discute-se sobre a gestão do território na RCCG, que devido às suas fragilidades ambientais, necessita controle diferenciado sobre o uso e ocupação do solo, orientado por instrumentos de gestão claros e concisos, adotando-se sempre o princípio da precaução.

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Biografia do Autor

Henrique Simão Pontes, Departamento de Geociências da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e Grupo Universitários de Pesquisas Espeleológicas (GUPE)

Geógrafo e Mestre em Gestão do Território pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Doutor em Geologia Ambiental pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Técnico em Meio Ambiente. É Professor colaborador do Departamento de Geociências da UEPG e membro efetivo do Grupo Universitário de Pesquisas Espeleológicas (GUPE). Tem experiência em geografia física principalmente nas áreas de geologia, geomorfologia cárstica, espeleologia, patrimônio geológico, geoconservação e políticas públicas ambientais. 

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Publicado

2021-06-24

Como Citar

Pontes, H. S., Fernandes, L. A., de Melo, M. S., & Massuqueto, L. L. (2021). A região cárstica dos Campos Gerais, Paraná-São Paulo, Brasil: revisão de conceitos, potencial espeleológico e políticas públicas de geoconservação. Pesquisas Em Geociências, 48(2). https://doi.org/10.22456/1807-9806.100555