Luiz Costa Lima leitor de Gilberto Freyre
DOI:
https://doi.org/10.22456/1981-4526.144923Palavras-chave:
Narrativa literária, Narrativa histórica, Luiz Costa Lima, Gilberto Freyre, Casa Grande & SenzalaResumo
Este artigo objetiva analisar a recepção de Gilberto Freyre por Luiz Costa Lima em dois momentos distintos da sua carreira: em A aguarrás do tempo (1989) e em, O Brasil então e agora (2023). A hipótese do artigo é de que a análise sobre a produção freyriana aponta menos para uma metacrítica de Casa Grande & Senzala (1933) e mais para a explicação de conceitos importantes da teoria literária: o de ficção, imaginário e literatua. O estatuto do ficcional, bem como a caracterização do que seria a narrativa literária é uma constante na obra do crítico brasileiro, cujo tema da mímesis atravessa toda a sua produção desde Mímesis e Modernidade (1980) até O chão da mente: a pergunta pela ficção (2021). Para tanto, primeiramente mapeamos as duas leituras de Gilberto Freyre, para em seguida traçarmos um diálogo do crítico com dois teóricos importantes do conceito de ficção, Paul Ricoeur, em Tempo e Narrativa (2010) e Wolfgang Iser, em O fictício e o imaginário (1996).
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