Entre a fuga e a origem: a estraneidade em Quarenta dias, de Maria Valéria Rezende

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22456/1981-4526.113120

Palavras-chave:

identidade nordestina, estraneidade, desterritorialização, Nordeste, Maria Valéria Rezende

Resumo

Este artigo analisa a representação da experiência de estraneidade no romance Quarenta Dias (2014), de Maria Valéria Rezende. Trabalhando com o conceito de estrangeiro fornecido por Julia Kristeva em Estrangeiros para Nós Mesmos (1994), argumento que o romance de Rezende denuncia a condição de estraneidade dos nordestinos quando em deslocamento para o Sul do Brasil. Analiso como a protagonista Alice passa por uma experiência de desterritorialização identitária que ocorre por causa da sua origem nordestina quando é obrigada a deixar João Pessoa e se muda para Porto Alegre. Tal experiência não só não corresponde à definição jurídica de estrangeiro, mas questiona os seus limites ao mostrar que a ideia de identidade nacional extrapola conceitos oficializados na teoria quando a experiência coletiva regional se impõe à nacional. Com isso, o romance de Maria Valéria Rezende põe em xeque noções de pertencimento nacional, identidade brasileira e o próprio conceito de estrangeiro e cidadão nacional.

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Biografia do Autor

Sarah Catão de Lucena, Georgetown University

Sarah C. Lucena ensina português e espanhol, línguas e culturas, no Department of Spanish & Portuguese, em Georgetown University. É doutora em Romance Languages pela University of Georgia e mestre em Teoria da Literatura pela Universidade Federal de Pernambuco.

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Publicado

2022-02-28

Como Citar

Catão de Lucena, S. (2022). Entre a fuga e a origem: a estraneidade em Quarenta dias, de Maria Valéria Rezende. Nau Literária, 17(3), 128–152. https://doi.org/10.22456/1981-4526.113120