Sueli Carneiro, intérprete do racismo brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.22456/1981-4526.145234Palabras clave:
Sueli Carneiro, feminismo negro, dispositivo da racialidade, interpretações contemporâneas do Brasil.Resumen
A filósofa Sueli Carneiro surgiu na vida pública, nos anos de 1970, no Movimento Negro Brasileiro. Em 1988 fundou o Geledés-Instituto da Mulher Negra, primeira organização feminista negra de São Paulo. De 2000 a 2008, publicou artigos no Correio Brasiliense, deles resultou o livro Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil (2011). Para além do ativismo no feminismo negro, na imprensa e da intervenção na esfera pública e institucional, Sueli Carneiro se destaca como a mais original intérprete do racismo brasileiro, como uma intelectual constituída fora da consagrada tradição sociológica e antropológica, masculina e branca. Na visão
consolidada desses intelectuais e analistas sociais, brasileiros e brasilianistas, o racismo é resíduo escravista, sobredeterminado pela desigualdade econômica. O escrutínio do racismo como o elemento central na biopolítica moderna e as suas formulações acerca do “dispositivo da racialidade” resultam numa acurada – e principalmente disruptiva – interpretação do Brasil.
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