MACHADO DE ASSIS E O IHGB / MACHADO DE ASSIS AND THE IHGB
RAÇA, CIÊNCIA E FICÇÃO EM AMERICANAS (1875) / RACE, SCIENCE AND FICTION IN AMERICANAS (1875)
DOI:
https://doi.org/10.22456/1981-4526.144264Palabras clave:
Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), Machado de Assis, História e Literatura, IndígenasResumen
Machado de Assis, autor de Dom Casmurro e Memórias Póstumas de Brás Cubas, romances marcados por críticas à escravidão, iniciou sua carreira literária como poeta. A princípio, ele se inspirava no cânone romântico representado por Schiller e Byron, mas acabou sofrendo críticas, pois parecia não contribuir para o desenvolvimento da literatura brasileira, até então caracterizada pelo nacionalismo e indianismo romântico. Em 1875, o autor publicou Americanas, coletânea poética voltada para a história brasileira, constituída por poesias indianistas inspiradas em documentos históricos divulgados pelo Instituto Histórico Geográfico Brasileiro (IHGB), principal instituição de pesquisa de história do Império do Brasil. Este artigo discute como Machado de Assis apropriou-se da produção historiográfica do IHGB, debatendo a história brasileira e denotando novos sentidos para a imagem do índio. A análise se concentra nas notas finais do livro Americanas (1875), em que se encontram a referencialidade histórica. O objetivo é entender a relação entre literatura e história, a partir do debate sobre verossimilhança na literatura oitocentista. Ao comparar as poesias machadianas com a produção historiográfica, é possível analisar a relação do autor com a narrativa da história forjada no IHGB.
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