A "Meditação" de Gonçalves Dias e o escravismo nos anos 1840

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.22456/1981-4526.144137

Palabras clave:

Gonçalves Dias, Meditação, Escravismo

Resumen

O escravismo, no Brasil, inicia-se nas primeiras décadas da colonização e, em termos de número de pessoas transferidas da África para o Brasil, atinge seu ponto mais elevado nos anos 1840. No começo dessa década, Gonçalves Dias reside em Portugal, onde completa seus estudos jurídicos. Ao retornar ao Maranhão, onde nascera, encerra e publica os Primeiros cantos; também redige Meditação, poema em prosa divulgado entre 1849 e 1850 nas páginas de Guanabara, periódico do Rio de Janeiro de cuja direção participava. Meditação caracteriza-se por denunciar de modo vigoroso o escravismo; contudo, a impressão do texto é interrompida em 1850, levando ao esquecimento da obra. Gonçalves Dias, depois de Meditação, não volta a se referir, de modo explícito, sobre o escravismo, o que sugere a acomodação do poeta diante das forças políticas da época.

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Biografía del autor/a

Regina Zilberman, UFRGS

Doutorado em Romanística pela Universidade de Heidelberg (Alemanha, 1976), com estágios de pós-doutorado no University College (Inglaterra, 1980-1981) e na Brown University (EUA, (1986-1987). Professora do corpo docente permanente dos Programas de Pós-Graduação em Letras da UFRGS e da UEMA, é bolsista 1A do CNPq e pesquisadora visitante emérita na UFF.

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Publicado

2025-06-17

Cómo citar

Zilberman, R. (2025). A "Meditação" de Gonçalves Dias e o escravismo nos anos 1840. Nau Literária, 21(1), p. 288 – 301. https://doi.org/10.22456/1981-4526.144137

Número

Sección

Dossiê: Intérpretes do Brasil