Carolina Maria de Jesus e a escrita apesar da ausência de “um teto todo seu”
DOI:
https://doi.org/10.22456/1981-4526.105871Palabras clave:
Carolina Maria de Jesus, Quarto de despejo, Virginia Woolf, Um teto todo seu, EscritaResumen
Virginia Woolf, em Um teto todo seu, ensaio de 1928, sobre o tema “Mulheres e a ficção”, afirma que uma mulher precisa ter um espaço próprio e dinheiro caso queira escrever literatura. Cerca de trinta anos depois, em 1960, a escritora brasileira Carolina Maria de Jesus, negra, pobre, mãe solo, moradora da favela paulista do Canindé e catadora de materiais recicláveis, transcendeu os requisitos elencados por Woolf para escrever e publicar, e lançou a obra Quarto de despejo: diário de uma favelada, em que narra as agruras de um cotidiano cingido pela extrema pobreza. Ademais, sua subalternidade desafiou a ausência de condições para além das apresentadas por Woolf, já que Carolina era uma mulher negra e que sua dedicação à leitura e à escrita era rechaçada dentro e fora da favela. Desse modo, partindo do argumento de Woolf sobre a produção literária de mulheres, este artigo pretende discorrer a respeito das restrições, de diferentes ordens, transpostas pela escrita de Carolina em Quarto de despejo, bem como sobre seu projeto de vida ancorado na escrita e na publicação de um livro.Descargas
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Publicado
2020-08-03
Cómo citar
Ramos, T. S. (2020). Carolina Maria de Jesus e a escrita apesar da ausência de “um teto todo seu”. Nau Literária, 16(2), 84–96. https://doi.org/10.22456/1981-4526.105871
Número
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Dossiê
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