Vidas secas e o triunfo editorial do Nordeste Seco

materialidades, reverberações e conformações de uma síntese regional

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22456/1981-4526.144330

Palavras-chave:

Nordeste, literatura, tendências editoriais

Resumo

O Nordeste Seco, noção proposta por Ab’Sáber (1999), triunfou na seara do “romance regionalista”, originando o mais bem-sucedido clichê entre os propostos para definir as diferentes realidades regionais e intrarregionais do país. Nesse panorama, uma obra parece ter acionado o processo de consolidação do estereótipo: Vidas secas, que a Livraria José Olympio Editora enviou às lojas em 1938, e que marca a estreia de Graciliano Ramos no catálogo da editora. Esse romance plasmou com tamanho vigor a vida de uma família de refugiados climáticos na “província fitogeográfica das caatingas”, que figura como um sucesso de vendas até os dias de hoje. Neste artigo, pretende-se examinar como a trilha econômica e cultural que deságua no primeiro ciclo de profissionalização da atividade editorial no país potencializou a obra de Graciliano, sua materialidade a reverberar e conformar a figura do migrante como síntese regional do Nordeste. Nessa perspectiva, busca-se ainda refletir criticamente sobre o modo como as artes e os sistemas de produção cultural vêm, a um só tempo, se apropriando do Nordeste e contribuindo para a consolidação de certa imagem de região.

 

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Biografia do Autor

Susana Souto Silva, Ufal

Professora Associada da Universidade Federal de Alagoas, onde atua na graduação e na pós-graduação da Faculdade de Letras, na linha de pesquisa Literatura: Poéticas, Cultura e Memória. Possui doutorado em Estudos Literários pela Universidade Federal de Alagoas (2008), com pesquisa sobre Glauco Mattoso, mestrado em Literatura Brasileira pela Universidade de São Paulo (1999), com trabalho sobre Clarice Lispector. Fez graduação em Letras Português Literaturas de Língua Portuguesa na Universidade Federal de Alagoas (1993). Integra o GT da ANPOLL Teoria do Texto Poético. Participa como pesquisadora do projeto Memorial Poético dos Anos de Chumbo: Levantamento, Análise e Antologia, aprovado no Edital Pró-Humanidades (CNPq/MCTI/FNDCT)

Elexsandra Morone, Ufal

Mestre em Estudos Brasileiros pelo Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo, com pesquisa sobre o primeiro LP do cantor e compositor Luiz Gonzaga, e doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Linguística e Literatura da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Alagoas. Tem formação em Comunicação Social – Jornalismo, também pela Universidade Federal de Alagoas. Suas áreas de pesquisa incluem, além dos estudos brasileiros, a história da produção editorial no Brasil, a literatura, a canção popular e o design gráfico, a partir do entrelaçamento dessas áreas com os debates sobre a formação do Nordeste e suas representações segundo os diferentes gêneros discursivos dos meios de comunicação, da imprensa ao rádio e ao disco e do cinema à televisão.

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Publicado

2025-06-17

Como Citar

Souto Silva, S., & Morone, E. (2025). Vidas secas e o triunfo editorial do Nordeste Seco: materialidades, reverberações e conformações de uma síntese regional. Nau Literária, 21(1), p. 302 – 318. https://doi.org/10.22456/1981-4526.144330

Edição

Seção

Dossiê: Intérpretes do Brasil