A "Meditação" de Gonçalves Dias e o escravismo nos anos 1840
DOI:
https://doi.org/10.22456/1981-4526.144137Palavras-chave:
Gonçalves Dias, Meditação, EscravismoResumo
O escravismo, no Brasil, inicia-se nas primeiras décadas da colonização e, em termos de número de pessoas transferidas da África para o Brasil, atinge seu ponto mais elevado nos anos 1840. No começo dessa década, Gonçalves Dias reside em Portugal, onde completa seus estudos jurídicos. Ao retornar ao Maranhão, onde nascera, encerra e publica os Primeiros cantos; também redige Meditação, poema em prosa divulgado entre 1849 e 1850 nas páginas de Guanabara, periódico do Rio de Janeiro de cuja direção participava. Meditação caracteriza-se por denunciar de modo vigoroso o escravismo; contudo, a impressão do texto é interrompida em 1850, levando ao esquecimento da obra. Gonçalves Dias, depois de Meditação, não volta a se referir, de modo explícito, sobre o escravismo, o que sugere a acomodação do poeta diante das forças políticas da época.
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