Cotidiano, trabalho e um narrador implicado
DOI:
https://doi.org/10.22456/1981-4526.142786Palavras-chave:
Chico Buarque de Holanda, Trabalho, Gênero, Ditadura militarResumo
O artigo apresenta uma leitura da canção “Cotidiano”, de Chico Buarque de Holanda, observando a representação do dia-a-dia entoado pelo trabalhador provavelmente braçal que está ali plasmado. Ele narra justamente os momentos em que não trabalha, e a partir do trabalho da esposa, que ele apresenta, contudo, como não trabalho. Trata-se de uma estrutura especular: o trabalho dele, caracterizado disforicamente, dá-se a ver a partir do trabalho dela, caracterizado euforicamente; trabalho produtivo e trabalho reprodutivo relacionam-se de forma complexa. Analisamos essa relação e perseguimos suas significações, esperando conseguir descrever com precisão os movimentos desse eu cancional intrincado que aparece na canção.
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