Narrativas de reexistência: as sobrevidas da memória em Hanói, de Adriana Lisboa, e A noite da espera, de Milton Hatoum
DOI:
https://doi.org/10.22456/1981-4526.140483Resumen
A Literatura Brasileira das últimas décadas tem sido constituída por um conjunto de obras que põe em relevo as tessituras entre as implicações do discurso da memória e a crise agravada desde o início do século, pautada por uma série de demandas sociais que colocam em xeque o tripé estruturante dos modos de vida desde a Modernidade – classe, gênero e raça. À luz dos Estudos Decoloniais, realiza-se a leitura de duas narrativas, Hanói (2013), de Adriana Lisboa, e A noite da espera (2017), de Milton Hatoum, as quais, ao articular memória e identidades, problematizam a constituição do ser e do saber, interrogando a naturalização das hierarquias sociais, territoriais, raciais, culturais e epistêmicas. Entende-se que essas narrativas, em que preponderam diferentes articulações da memória, configuram-se como práticas de reexistência, uma vez que, ao narrar a própria vida a partir da experiência localizada em confronto à homogeneização cultural e às violências produzidas pela Modernidade e seus capitalismos, são recuperados significados e valores de comunidades, construções simbólicas que interpelam o leitor não apenas a perceber, mas a experienciar aspectos negligenciados pela história oficial.
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