Relações Civis-Militares na CPLP
perspectivas e desafios
DOI:
https://doi.org/10.22456/2178-8839.125634Palavras-chave:
Relações civis-militares; CPLP; Perspectivas e desafios.Resumo
O presente texto analisa os contornos das relações civis-militares na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa – CPLP, tendo em conta os desafios e perspectivas para os modelos de relações civis-militares vigentes nos seus Estados membros da organização. A análise do tema seguiu uma metodologia baseada numa abordagem qualitativa, apoiada pelos métodos analítico, análise de conteúdo, pesquisa documental e revisão sistemática de bibliográfica, onde se procurou respostas sobre duas questões centrais: como evitar a usurpação do poder político pelas elites militares? E como garantir a “não instrumentalização” da força militar pelo poder político, para a defesa de seus interesses? O estudo constatou que os Estados da CPLP têm histórias, cultura política, experiências nacionais, grupos de oposição e grau e necessidades de segurança nacional diferentes. Tudo isso moldou os seus modelos de relações civis-militares. Constitucionalmente, o princípio da subordinação dos militares ao poder político instituído existe, mas na prática, há um conjunto de desafios para a sua materialização. Desta feita, uma estratégia institucional adoptada pela CPLP, voltada para promoção de relações civis-militares liberais, objetivas e profissionais, contribuirá para a consolidação da democracia, promoção da paz, segurança e estabilidade nos seus Estados membros.
Downloads
Referências
ANDRESKI, Stanislav. Military Organization and Society. London: Routledge, 1954.
BALL, Desmond. A Defesa de Timor Leste: Uma Receita Para o Desastre? Pacifica Review, v. 14 n. 3, p. 179-180, 2002.
BIJAGÓ, Vagner Gomes. Os Golpes de Estado na Guiné Bissau: O Cotidiano do Poder no Contexto da Diversidade Étnica e da Construção Nacional. Dissertação de Mestrado em Sociologia. Programa de Pós-Graduação em Sociologia – PPGS. Instituto de Ciências Sociais, Universidade Federal de Alagoas. Alagoas: UFA, 2011.
CAE/CPLP. Estatuto do Centro de Análise Estratégica da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CAE/CPLP), Aprovado pelos Ministros da Defesa da CPLP, em São Tomé, a 26 de maio de 2015.
CARRILHO, Maria. Forças Armadas e Mudanças Políticas em Portugal no Século XX: Para Uma Explicação Sociológica do Papel dos Militares. Estudos Gerais. Série Universitária. Lisboa: Imprensa Nacional Casa da Moeda, 1985.
COELHO, Pablo Martins Bernardi. As Relações Entre as Forças Armadas e a Sociedade Uruguaia no Governo de Tabaré Vázquez. Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Tese Doutoral em História, Franca – São Paulo, 2013.
COUTINHO, Francisco Pereira. “Comunidade dos Países de Língua Portuguesa”. In MENDES, N. C; COUTINHO, F. P. (Org.). Enciclopédia das Relações Internacionais. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 2014.
CPLP. Estatutos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Revisões de São Tomé/2001, Brasília/2002, Luanda/2005, Bissau/2006 eLisboa/2007. Lisboa, em 2 de Novembro de 2007.
EDMONDS, Martin. Armed Forces and Society. Leicester: Leicester University Press, 1988.
FAUSTO, Boris. História do Brasil. 13ª Edição. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2009.
FONTOURA, Pedro Tarrisse da. Convertendo Espadas em Espadas: A ONU e a Reforma das Forças Armadas do Timor Leste. Dissertação de Mestrado. Pós-Graduação em Relações Internacionais. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Rio de Janeiro, 2008.
HARRIES-JENKINS, Gwyn and MOSKOS Charles C., “Armed Forces and Society”. Contemporary Sociology, v. 29, n. 3, p. 1-170, 1981.
HEYHOOD, Andrew. Politics. Macmillian Fundation. London: Macmillian Press, 1997.
HING, Telmo Lau. A Cooperação Civil-Militar e os Assuntos Civis na Doutrina Militar Nacional. Trabalho de Investigação Individual. Curso de Estado-Maior Conjunto 2009/2010. Instituto de Estudos Superiores Militares. Lisboa: IESM, 2010.
HONWANA, João. Reflexões Sobre Defesa, Segurança e Democracia em Moçambique. In MAZULA, Brazão (Ed.), Moçambique: Eleições, Democracia e Desenvolvimento. Maputo, Elo Gradica Lda., 1995.
HUNTINGTON, Samuel. The Soldier and the State: The Theory and Practice of Civil-Military Relations. Harvard University Press, Cambridge, 1957.
HUNTINGTON, Samuel. The Third Wave: Democratization in the Late Twentieth Century. Norman: University of Oklahoma Press, 1991.
HUNTINGTON, Samuel. Reforming Civil-Military Relations. In DIAMOND, Larry e PLATTNER, Marc F. (Editors). Civil-Military Relations and Democracy. Baltimore and London: The Johns Hopkins University Press, 1996.
INSTITUTO DE ESTUDOS DE SEGURANÇA – ISS. Relançar a Reforma do Sector da Defesa e da Segurança na Guiné-Bissau. Nota de Análise 5. Maio. Pretória: ISS e UNIOGBIS, 2018.
JANOWITZ, Morris. The Professional Soldier: A Social and Political Portrait. Ney York, London, Toronto, Sydney and New Delhi: Free Press, 1960.
JESUS, Filomeno da Paixão de. Um Modelo de Forças Armadas Para Timor Leste. Trabalho de Investigação Individual. Curso de Promoção a Oficial General 2010/2011. Instituto de Estudos Superiores Militares. Lisboa: IESM, 2011.
KEEGAN, John. World Armies. London: Macmillan, 1979.
KOURVETARIS, George; DOBRATZ, Betty. The Present State and the Development of Sociology of the Military. Journal of Political and Military Sociology, 4, p. 67-105.
LANG, Kurt. Military Institutions and the Sociology of War. 1st Edition. London: SAGE, 1972.
MILLER, Christopher E.; KING. Mary E. Glossary of Terms in Peace and Conflict Studies. University of Peace – Africa Programme, Adis Abeba: ONU, 2005.
NORDLINGER, Eric. Soldiers in Politics: Military Coup and Governmments. New Jersay: Englewoods Cliffs, Printice Hall, 1977.
OLIVEIRA, Gilberto Carvalho. Relações Entre Civis e Militares nas Operações de Paz. Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. e-Cadernos CES, 06, p. 76-84, Coimbra, 2009.
PLATÃO. A República. Jandira, São Paulo: Principis, 2021.
REIS, Carlos Alberto de Carvalo. “Prólogo”. In RIBEIRO, João,Pedro Rato Boga de. As Forças Armadas Portuguesas: Da Guerra do Ultramar à Atualidade – Evolução e Impactos. Lisboa: IUM, 2017.
SOUSA, Fernando; MENDES, Pedro. “Comunidade dos Países de Língua Portuguesa – CPLP”. Dicionário de Relações Internacionais. 3ª Edição. Coimbra: Edições Afrontamento, 2014.
SPEIER, Hans; KÄHLER, Alfred (Eds.). War in Our Time. New School for Social Research – Graduate Faculty of Political and Social Science. New York: Norton and Company, 1939.
TSE-TUNG, Mao. Problems of War and Strategy. In “Selected Works of”. Beijing: People's Publishing House and Foreign Languages Press, 1938.
WAINWRIGHT, Elsina. New Neighbour, New Challenge: Australia and the Security of East Timor. Canberra: Australian Strategic Policy Institute, 2002.
WRIGHT, Quincy. A Study of War. Chicago and London: The University of Chicago Press, 1942.
ZECA, Emilio J.. Relações Internacionais: Natureza, Paradigmas e Assuntos Transversais. Maputo: Plural Editores, 2013.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Emílio Jovando ZECA

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores(as) mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Internacional Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0, que permite seu uso, distribuição e reprodução em qualquer meio, bem como sua transformação e criações a partir dele, desde que o(a) autor(a) e a fonte originais sejam creditados. Ainda, o material não pode ser usado para fins comerciais, e no caso de ser transformado, ou servir de base para outras criações, estas devem ser distribuídas sob a mesma licença que o original.
b. Autores(as) têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores(as) têm permissão para publicar, nos repositórios considerados pela Conjuntura Austral, a versão preprint dos manuscritos submetidos à revista a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
d. Autores(as) têm permissão e são incentivados(as) a publicar e distribuir online (em repositórios institucionais e/ou temáticos, em suas páginas pessoais, em redes ou mídias sociais, etc.) a versão posprint dos manuscritos (aceitos e publicados), sem qualquer período de embargo.
e. A Conjuntura Austral: journal of the Global South, imbuída do espírito de garantir a proteção da produção acadêmica e científica regional em Acesso Aberto, é signatária da Declaração do México sobre o uso da licença Creative Commons BY-NC-SA para garantir a proteção da produção acadêmica e científica em acesso aberto.