Um diálogo entre os fins da pena e a justiça restaurativa
DOI:
https://doi.org/10.22456/0104-6594.113293Palavras-chave:
Fins da pena, Processo penal, Justiça restaurativa.Resumo
Apesar de dotados de finalidades distintas, direito penal e processo penal devem confluir harmoniosamente no Estado Democrático de Direito, para uma efetiva proteção das garantias fundamentais do indivíduo. Assim, ganha relevância a análise da teoria dos fins da pena à luz do processo penal, considerando seu caráter institucionalizador. Após uma exposição acerca das principais teorias referentes à finalidade da pena e tomada de posição, busca-se apontar que a adoção da Justiça Restaurativa, como política criminal alternativa e complementar, é o melhor caminho na compatibilização das garantias e direitos fundamentais no processo penal. No presente estudo optou-se pelo método de investigação indutiva, por meio da obtenção do conhecimento discursivodiante de evidências concretas gerais, bem como pelo método dedutivo, obtendo conhecimento a partir de premissas genericamente aplicadas a situações concretas identificadas.
Downloads
Referências
ANCEL, Marc. A nova defesa social. Rio de Janeiro: Forense, 1979.
ANDRADE, Vera Regina Pereira de (coord). Pilotando a Justiça restaurativa: o papel do Poder Judiciário. Relatório Analítico Propositivo. Brasíllia: Conselho Nacional de Justiça, 2018.
BECCARIA, Cesare. Dos delitos e das Penas. Tradução de Luciana Guidicini e Alessandro Berti Contessa. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
BECHARA, Ana Elisa Liberatore Silva. O sentido da pena e a racionalidade de sua aplicação no Estado Democrático de Direito brasileiro. Revista da Faculdade Mineira de Direito, v.21, n. 41, 2018.
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal: parte geral. 19. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Resolução n.º 225, de 31 de maio de 2016. Dispõe sobre a Política Nacional de Justiça Restaurativa no âmbito do Poder Judiciário e dá outras providências. Disponível em: https://atos.cnj.jus.br/files/resolucao_225_31052016_02062016161414.pdf. Acesso em: 11 abr. 2021.
BRASIL. Decreto-Lei n.º 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 31 de dezembro de 1940. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm. Acesso em: 11 abr. 2021.
¬¬¬¬¬¬¬¬¬BRASIL. Lei n.º 7.210, de 11 de julho de 1984. Lei das Execuções Penais. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 13 de julho de 1984. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7210.htm. Acesso em: 11 abr. 2021.
BRASIL. Lei n.º 9.099, de 26 de setembro de 1995. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 27 de setembro de 1995. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9099.htm. Acesso em: 11 abr. 2021.
CARVALHO, Salo de. Teoria agnóstica da pena: entre os supérfluos fins e a limitação do poder punitivo. Discursos Sediciosos: crime, direito e sociedade, Rio de Janeiro, v. 15, n.1, p. 83-104, 2007. Disponível em: http://200.205.38.50/biblioteca/index.asp?codigo_sophia=65349. Acesso em: 04 abr. 2021.
DA SILVA, Alessandro Ferreira. Cultura do cancelamento: cancelar para mudar? Eis a questão. Revista Argentina de Investigación Narrativa, v. 1, n. 1, p. 93-107, 2021.
DIAS, Camila Caldeira Nunes. Efeitos simbólicos e práticos do Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) na dinâmica prisional. Revista Brasileira de Segurança Pública, v. 3, n. 2, 2009.
DORADO MONTERO, Pedro. Bases para un nuevo derecho penal. Buenos Aires: Depalma, 1973.
FEUERBACH, Paul Johann Anselm Ritter von. Tratado de derecho penal común vigente em Alemania, Buenos Aires: Hammurabi, 1989.
HASSEMER, Winfried. Derecho penal simbólico y protección de bienes jurídicos. Pena y Estado: revista hispanolatinoamericana, Buenos Aires, n. 1, p. 23-36, set./dez.. 1991. Disponível em: http://200.205.38.50/biblioteca/index.asp?codigo_sophia=97956. Acesso em: 04 abr. 2021.
HASSEMER, Winfried. Desenvolvimentos previsíveis na dogmática do direito penal e na política criminal. Revista Eletrônica de Direito Penal e Política Criminal UFRGS, v. 1, n.1, p. 37-46, 2013.
HASSEMER, Winfried. Fundamentos del Derecho Penal. Tradução de Francisco Muñoz Conde e Luis Arroyo Zapatero, Barcelona: Casa Editoral Bosch, 1984.
HASSEMER, Winfried; CONDE, Francisco Muñoz. Introducción a la criminología y al derecho penal. Valencia: Tirant lo blanch, 1989.
HASSEMER, Winfried. Introdução aos fundamentos do direito penal. Tradução de Pablo Rodrigo Alflen da Silva. 2. ed. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 2005.
HASSEMER, Winfried. Porqué y con qué fin se aplican las penas?:sentido y fin de la sanciónpenal. Revista de Derecho Penal y Criminología, v. 1, n.3, p. 317-331, 1999. Disponível em: http://200.205.38.50/biblioteca/index.asp?codigo_sophia=19606. Acesso em: 04 abr. 2021.
HASSEMER, Winfried. Ressocialização e Estado de Direito. Tradução de Pablo Rodrigo Alflen da Silva. Revista do Instituto de Ciências Penais, v. 1, n. 1, p. 9-13, 2006. Disponível em: http://200.205.38.50/biblioteca/index.asp?codigo_sophia=124692. Acesso em: 04 abr. 2021.
HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. Princípios da filosofia do direito. Tradução de Orlando Vitorino. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
JACCOUD, Mylène. Princípios, tendências e procedimentos que cercam a justiça restaurativa. In: SLAKMON, Catherine et. al (orgs.). Justiça Restaurativa, Brasília: Ministério da Justiça e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, p. 163-186, 2005.
JAKOBS, Günther; CONTRERAS, Joaquín Cuello. Derecho penal, parte general: fundamentos y teoría de la imputación. Madrid: M. Pons, 1997.
KANT, Immanuel. A Metafísica dos costumes. Tradução de Célia Aparecida Martins. Petrópolis: Vozes, 2013.
LISZT, Franz von. Tratado de direito penal alemão. Tradução de José Pereira. Campinas: Russel, 2003, v. 1.
LOPES JÚNIOR, Aury. Direito Processual Penal. São Paulo: Saraiva, 13. ed, 2016.
MARTÍNEZ SÁNCHEZ, María Cristina. La justicia restaurativa y un modelo integrador de justicia penal. RDUNED: revista de derecho UNED, v. 16, n. 1, p. 1237-1263, 2015.
MATHIESEN, Thomas. Juicio a la prisón. Buenos Aires: Ediar, 2003.
MIR PUIG, Santiago. Función fundamentadora y función limitadora de la prevención general positiva. Anuario de derecho penal y ciencias penales, v. 39, n. 1, p. 49-58, 1986.
NUCCI, Guilherme de Souza. Princípios Constitucionais Penais e Processuais Penais. Rio de Janeiro: Forense, 4. ed, 2015.
PALLAMOLLA, Raffaella da Porciuncula. Justiça restaurativa: da teoria à prática. São Paulo: IBCCRIM, 2009.
PINTO, Renato Sócrates Gomes. Justiça Restaurativa é possível no Brasil. In: SLAKMON, Catherine et. al (orgs.), Justiça Restaurativa. Brasília: Ministério da Justiça e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, p. 19-39, 2005.
REIS, Elisa P. Reflexões sobre o Homo Sociologicus. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 4, n. 11, p. 23-33, 1989.
RENZIKOWSKI, Joachim. Pena e direito penal em Kant: nove teses. Tradução de Beatriz Corrêa Camargo e Wagner Marteleto Filho. Revista do Instituto de Ciências Penais. Belo Horizonte, v. 7, n. 1, p. 1-23, 2022.
ROSENBLATT, Fernanda; MELLO, Marília Montenegro Pessoa de. O uso da Justiça Restaurativa em casos de violência doméstica contra a mulher. In.: Para além do Código de Hamurábi. Luciano Oliveira, Fernanda Fonseca Rosenblatt, Marilia Montenegro Pessoa de mello (orgs), Recife: ALIDI, 2015, p. 99-113.
ROXIN, Claus. Derecho Penal: parte general. Madrid: Marcial Pons, 2001.
ROXIN, Claus. Pena y reparación. Anuario de derecho penal y ciências penales, v. 52, n. 1, p. 5-16, 1999.
ROXIN, Claus. Política Criminal y Sistema Del Derecho Penal. Tradução de Francisco Muñoz Conde. Barcelona: Casa Editorial Bosch, 1972.
SANCHES, Juan Sebastián Vera. Sobre la relación del derecho penal com el derecho procesal penal. Revista Chilena de Derecho, v. 44, n. 3, p. 831-855, 2017.
SANGUINÉ, Odone. Efeitos perversos da prisão cautelar. Revista Brasileira de Ciências Criminais, São Paulo, n. 86, abr. 2010.
SHERMAN, Lawrence W., et al. Are restorative justice conferences effective in reducingrepeatoffending? Findings from a Campbell systematic review. Journal of quantitative criminology, v. 31, n. 1, p. 1-24, 2015.
SILVA SÁNCHEZ, Jesus María. Aproximación al derecho penal contemporáneo. Barcelona: Bosch, 2002.
SILVA SÁNCHEZ, Jesús María. El retorno de la inocuización: el caso de las reacciones jurídico-penales frente a los delincuentes sexuales violentos. In: SILVA SÁNCHEZ, Jesús María. Estudios de derecho penal. Lima: Grijley, 2000.
SILVA SÁNCHEZ, Jesús María. Política criminal em la dogmática: algunas cuestiones sobre su contenido y limites. In: SILVA SÁNCHEZ, Jesus María. Política Criminal y nuevo Derecho Penal (Libro-Homenaje a Claus Roxin), Barcelona: José Maria Bosch, 1997.
SOUZA, Luciano Anderson de. Direito Penal: parte geral. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2019.
SUAREZ, Fabio David Bernal; GUERRERO, Maria Idali Molina. Processo Penal y Justicia Restaurativa: la necesaria búsqueda de soluciones fuera del sistema acusatorio. Colombia: Ediciones Nueva Juridica, 2010.
VILAR, Silvia Barona. Justicia penal consensuada y justicia penal restaurativa,¿ alternativa o complemento del proceso penal? La mediación penal, instrumento esencial del nuevo modelo. Revista del Instituto de Ciencias Jurídicas de Puebla AC, n. 24, p. 76-113, 2009.
ZAFFARONI, Eugenio Raul. Proceso penal y derechos humanos: códigos, principios y realidad. El Proceso Penal. Sistema Penal y Derechos Humanos. México: Porrúa, 2000, p. 3-24.
ZAFFARONI, Eugenio Raúl; PIERANGELI, José Henrique. Manual de Direito Penal brasileiro: parte geral. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015.
ZEHR, Howard. Trocando as lentes: um novo foco sobre o crime e a justiça. Tradução de Tonia Van Acker. São Paulo: Athena Editora, 2008.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A revista reserva os direitos autorais dos textos publicados.
Licença: CC Attribution-NonCommercial 4.0
As opiniões expressadas nas publicações são de responsabilidade do autor e não necessariamente expressam a opinião da revista.