Metabolismo intermediário do tecido branquial do lagostim Parastacus varicosus (Decapoda: Parastacidae) na Bacia do Rio Gravataí, Rio Grande do Sul, Brasil
Palavras-chave:
Lagostim, brânquias, lipídios, glicogênio, proteínasResumo
A literatura especializada tem demonstrado, em Decapoda, que as brânquias anteriores estão morfologicamente e fisiologicamente adaptadas a trocas de gases e respiração; já as posteriores são especializadas para osmorregulação. Este trabalho tem como objetivo analisar as variações sazonais do metabolismo intermediário das brânquias de P. varicosus, relacionando a variação destes metabólicos com fatores ecológicos e comportamentais do animal e fatores abióticos. Os lagostins foram coletados de Junho/2004 a Maio/2005 em Gravataí, Rio Grande do Sul, Brasil. As brânquias foram removidas e separadas as anteriores das posteriores para a determinação dos níveis de glicogênio, proteínas e lipídios. Ao compararmos os sexos, observa-se que as brânquias anteriores apresentam um comportamento diferencial ao longo do ano; padrão semelhante foi encontrado para as posteriores quando considerados os níveis de glicogênio, proteínas e lipídios. Foi observada também, uma variação na composição bioquímica das brânquias anteriores e posteriores entre as estações. Os resultados mostram um maior consumo de glicogênio e lipídios nos machos em relação às fêmeas somente para brânquias anteriores. Esta resposta pode estar relacionada a comportamentos agonistas dos machos e ao aumento da atividade de exploração do meio ambiente principalmente em busca de parceiras reprodutivas. As brânquias de P. varicosus atuam de maneira diferente quanto a sua posição (anterior e posterior) e quanto ao sexo; apresentando clara variação sazonal. O armazenamento e o consumo dos metabólitos em cada estação diferem tanto entre os sexos e quanto à localização das brânquias, tais diferenças podem estar ocorrendo por fatores ambientais, comportamentais ou pela soma destes fatores.