Morfologia floral e mecanismos de polinização em espécies de Oxypetalum R. Br. (Apocynaceae, Asclepiadoideae)
Palavras-chave:
hiperestigma, nectário, percurso de tubos polínicos, tecido transmissor.Resumo
Estudos têm abordado aspectos morfoanatômicos e histoquímicos para melhor compreender a morfologia floral de Asclepiadoideae e associá-la às suas estratégias reprodutivas. Objetivou-se analisar a morfologia funcional das flores de sete espécies de Oxypetalum para descrever seus mecanismos de polinização. A estrutura floral foi estudada com flores fixadas, seguindo técnicas clássicas. Adicionalmente, foram observados os percursos de tubos polínicos em flores polinizadas manualmente. O número de elementos de cada verticilo floral e as fusões dos elementos seguem o padrão observado em outras Asclepiadoideae. Cada unidade de polinização é delimitada por uma pétala, oposta à fenda anteral, dois elementos adjacentes de corona e o ginostégio. A fenda anteral, formada pelas alas de anteras adjacentes, representa uma estrutura adaptada para guiar o aparelho bucal do polinizador (trilho), resultando em remoção ou inserção de polínias. O néctar acumula-se na base de cada pétala e, assim posicionado, aumenta as chances do aparelho bucal ser “capturado” pela fenda estaminal durante a sua retração. A polínia é inserida em câmara estigmática (hiperestigma), localizada atrás da fenda anteral e formada por tecido interestaminal; cada câmara é forrada por tecido secretor (epitélio glandular, nectário). Na câmara, os grãos de pólen germinam e os tubos polínicos crescem, acompanhando o epitélio glandular, em direção ao gineceu. No gineceu de seis das espécies, os tubos penetram e obliteram o tecido transmissor de um dos estiletes sólidos. Em seguida, obliteram o tecido transmissor do estilete oco correspondente ao estilete sólido, até alcançar a epiderme glandular da placenta do ovário correspondente; há produção de um folículo por flor.