As paisagens de férias em Lago Merín (Uruguai): olhares e práticas
DOI:
https://doi.org/10.22456/1982-0003.122036Resumo
A Lagoa Mirim é a maior de seu gênero no Brasil e no Uruguai. Contudo, segue pouco estudada na sua função turístico-recreativa, bem como no que tange a percepções e representações de sua paisagem por turistas/lazeiristas. Lago Merín, no nordeste uruguaio, é um dos sítios de encontro com essa Lagoa, e se constitui como uma versão turística particular do todo da paisagem lacustre estudada. Desse modo, a pergunta norteadora foi: Como os sujeitos interpelam as paisagens lacustres de Lago Merín em suas temporadas de veraneio? Como objetivos específicos, interpôs-se: i) caracterizar o sítio “Lago Merín” a partir de trajetórias de (des)encontro de turistas/lazeiristas com a Lagoa Mirim; ii) investigar o tipo de olhar turístico evocado na mirada a suas paisagens; iii) identificar as práticas turístico-recreativas que comumente ocorrem no sítio pesquisado, durante o veraneio. Para tal, assume-se o método da Complexidade em Morin (2015). Os dados multifocais foram coletados por meio de documentos (oficiais, comentários no Trip Advisor e fotografias do Instagram) e pesquisa de campo (entrevistas semiestruturadas e observação direta). Os dados passaram por análise qualitativa de conteúdo. Foi possível evidenciar a trajetória socio-histórica de formação do Balneário. O olhar turístico coletivo parece predominar. As práticas observadas são mais vastas que as enunciadas. Une-se, pois, a perspectiva das paisagens de férias (LÖFGREN, 1999) com o olhar coletivo dos turistas (URRY, 1999b), o que se dá por meio de práticas contingentes, embora ainda conformistas, para além das materialidades. Ao final, apontam-se limitações da pesquisa, bem como rumos para futuras agendas.