Acordes e melodias na "cidade partida": o tema da segregação sócioespacial cantado por alguns sambistas cariocas

Autores

  • Alexandre Moura Pizotti Universidade do Estado do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.22456/1982-0003.36480

Palavras-chave:

Geografia Humanística, segregação sócio-espacial, Rio de Janeiro, samba, favela da Mangueira

Resumo

Discutir como o tema da segregação espacial na cidade do Rio de Janeiro é experienciado por alguns compositores do Morro da Mangueira ou simpatizantes desta comunidade, a partir da análise de algumas letras de sambas enredo, quadra ou terreiro é o objetivo central desta comunicação. Para isso, recorreremos aos aportes teóricos e metodológicos da corrente denominada de Geografia Humanística, em especial as noções de espaço e lugar. Como outras pesquisas produzidas dentro da corrente humanística, este esforço está assentado na subjetividade, na intuição, nos sentimentos, na experiência, no simbolismo e na contingência, privilegiando o singular e não o particular ou o universal, e ao invés da explicação, tem na compreensão a base de inteligibilidade do mundo real. A alusão a um mundo “mítico”, “sagrado”, criado ao longo dos anos pela rica produção cultural do Morro da Mangueira, além do prestígio de sua agremiação carnavalesca, dentro da inoperância e negligência do poder público, mas no compasso do surdo e no rufar de seus tambores, forjou uma imagem, carregada de simbolismos, que contribui para a diminuição de representações estigmatizadas e preconceituosas de seus moradores, inserindo-os na “cidade formal”, ou seja, derrubando os “muros do resguardo” entre a favela e o asfalto, se não na paisagem urbana, no imaginário coletivo. 

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Biografia do Autor

Alexandre Moura Pizotti, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Mestre em Geografia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro na linha de pesquisa Dimensões Culturais na Dinâmica Sócio-Espacial. Tem experiência na área de Geografia Humana, atuando principalmente nos seguintes temas: Geografia e Música, Geografia Humanística e Rio de Janeiro.

Publicado

2012-09-11

Edição

Seção

Artigos