A Segregação Social Do Caboclo De Porto Novo A Partir Da Análise Da Paisagem
DOI:
https://doi.org/10.22456/1982-0003.22117Resumen
A antiga colônia Porto Novo localizada no extremo oeste de Santa Catarina, colonizada a partir de 1926 sob a liderança de jesuítas alemães de São Leopoldo - RS caracterizou-se como um projeto de colonização étnico e religiosamente homogêneo: católicos e alemães. A população cabocla, uma minoria étnica no atual território, sempre marcou presença na ocupação e formação da colônia. Algumas famílias caboclas já viviam no local antes da vinda de colonos, outras foram atraídas pelos serviços que o projeto da colonização lhes podia oferecer. A terra lhes foi negada por não terem incorporado a concepção da propriedade privada e por não se enquadrarem nas características étnicas e religiosas idealizadas pelo projeto da colonização. Historicamente o caboclo sofreu uma segregação social, tanto econômica quanto racial. Uma segregação que atualmente pode ser observada a partir da análise da paisagem do espaço rural e urbano. No meio rural as famílias caboclas aglutinam-se em aglomerados, concentram-se em áreas mais inóspitas, ou, vivem isolados na condição de agregados ou proprietários de pequenos terrenos que não lhes garante a subsistência. No meio urbano concentram-se nos bairros mais periféricos e sobrevivem na informalidade do trabalho temporário.