Personal: Mapeando uma Nova Profissão no Mercado de Serviços Pessoais
DOI:
https://doi.org/10.22456/1984-1191.98599Palavras-chave:
Personal. Serviços pessoais. Precarização. Empreendedorismo. Mediadores culturaisResumo
Resumo: O artigo trata do surgimento de uma nova profissão, a de personal, que prestam serviços pessoais. Os prestadores de serviço que atuam nesse mercado se autointitulam personal destacando a natureza individualizada dos serviços e se anunciam como especialistas por deterem um conhecimento específico. Busco evidenciar por meio de uma etnografia como surge na sociedade brasileira a ideia de serviços personalizados – personal, quais são as condições que tornaram possíveis o surgimento desta profissão e como esses profissionais se legitimam no mercado. Para tal sigo de três caminhos: procurei compreender como se constrói essa oferta a partir do mapeamento dessa nova profissão denominada de personal por meio de um levantamento na mídia. Na sequência analiso o papel social exercido pelos personals recorrendo ao recurso conceitual de medidor cultural e por último busco compreender como se estrutura esse campo profisisonal por meio das trajetórias dos interlocutores.
Palavras-chave: Personal. Serviços pessoais. Precarização. Empreendedorismo. Mediadores culturais
Abstract: The article deals with the emergence of a new profession, called personal, who provides personal services. Service providers operating in this market call themselves personal, highlighting the individualized nature of the services, and announce themselves as specialists for having a specific knowledge. I seek to show through an ethnography how the idea of personalized services - personal, which are the conditions that made the emergence of this profession possible and how these professionals legitimize themselves in the market. For this I follow three ways: I tried to understand how to build this offer by mapping this new profession called personal through a survey in the media. In the following I analyze the social role played by the personals using the conceptual resource of cultural meter and finally I try to understand how this professional field is structured through the trajectories of the informants.
Keywords: Personal. Personal services. Job insecuruty. Entrepreneurship. Cultural mediators
Downloads
Referências
ANTUNES, Ricardo. As configurações do trabalho na sociedade capitalista. Revista Katálysis, v. 12, Jul/Dez 2009. ISSN 2. http://www.scielo.br/pdf/rk/v12n2/01.pdf.
ANTUNES, Ricardo. Os modos de ser da informalidade:rumo a uma nova era da precarização estrutural do trabalho? Serviço Social & Sociedade, São Paulo, p. 405-419, Jul/Set 2011. ISSN 107. http://dx.doi.org/10.1590/S0101-66282011000300002.
ANTUNES, Ricardo. Riqueza e miséria do trabalho no Brasil .volume IV. São Paulo: Boitempo, 2019.
BOLTANSKI, Luc. Les Cadres.La formation d'un groupe social. Paris: Editions Minuit, 1982.
BOLTANSKI, Luc.; CHIAPELLO, Ève. O novo espírito do capitalismo. Tradução de Ivone C. Benedetti. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2009.
BOURDIEU, Pierre. La distinción.Critério y bases sociales del gusto. 2°edição. ed. Buenos Aires: Tauros, 2000.
BOURDIEU, Pierre. Questões de Sociologia. Lisboa: Fim de Século, 2003.
BOURDIEU, Pierre.; MICELI, Sérgio. A economia das trocas simbólicas. 6 edição. São Paulo: Perspectiva, 2005.
DONADONE, Júlio. Os hunos já chegaram! Dinâmica organizacional, difusão de conceitos gerenciais e atuação das consultorias. São Paulo: USP, 2001.
DUMONT, Louis. O individualismo.Uma perspectiva antropológica da ideologia moderna. Tradução de Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Rocco, 1993.
LEITE, Elaine da. S.; MELO, Natália M. Uma nova noção de empresário:a naturalização do "empreendedor". Revista de Sociologia e Politica, Curitiba, v. 16 n.31, p. 35-47, nov. 2008.
LÉVI-STRAUSS, Claude. A eficácia simbólica. In: LÉVI-STRAUSS. Antropologia estrutural. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,2003, capítulo 10, p. 215-236.
MAUSS, Marcel. Ensaio sobre a dádiva.Forma e razão das trocas nas sociadades arcaicas. In: MAUSS, Marcel. Sociologia e Antropologia. São Paulo: Cosac & Naif, 2003. p. 183-316.
MELO, Natália. M. SEBRAE e o Empreendedorismo: oriegem e desenvolvimento. Dissertação de mestrado. Sociologia. São Carlos, 2008.
ORTNER, Sherry. Poder e projetos: reflexões sobre a agência. In:
GROSSI, Míram.; ECKERT, Cornélia.; FRY, Peter. Conferências e diálogos: saberes e práticas antropológicas. Goiânia: Nova Letra, 2006. p. 45-80.
SAINT-MARTIN, Monique de. Reconversões e reestruturações das elites: o caso da aristocracia na França. Analise Social, vol. 30, n. 143, p. 1023-1039, 1995.Acessado em 18 jan. de 2017. http://analisesocial.ics.ul.pt/documentos/1223389034F9vBA2bc9Cp29OZ5.pdf
SENNETT, Richard. A cultura do novo capitalismo. Rio de Janeiro: Record, 2006.
STANDING, Guy. O precariado. A nova classe perigosa. 1°Edição;2°Reimpressão. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2015.
VELHO, Gilberto. Projeto e Metamorfose.Antropologia das sociedades complexas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1994.
VELHO, Gilberto. Individualismo e Cultura.Notas para uma antropologia da sociedade contemporânea. 7°edição. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2004.
VELHO, Gilberto.; KUSCHNIR, Karina. Mediação, Cultura e Política. Rio de
Janeiro: Aeroplano, 2001.
ZELIZER, Viviana. La negociación de la intimidad. Buenos Aires: Fondo de Cultura Economica, 2009.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Todo o conteúdo do periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons do tipo atribuição BY-NC.
O envio dos trabalhos implica a cessão imediata e sem ônus dos direitos de publicação para a revista, a qual é filiada ao sistema Creative Commons, atribuição CC BY-NC (https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/). O autor é integralmente responsável pelo conteúdo do artigo e continua a deter todos os direitos autorais para publicações posteriores do mesmo, devendo, se possível, fazer constar a referência à primeira publicação na revista. Esta não se compromete a devolver as contribuições recebidas.
O(s) autor(es) que submete (m) artigos para publicação na revista Iluminuras são legalmente responsáveis pela garantia de que o trabalho não constitui infração de direitos autorais, isentando a Revista Iluminuras quanto a qualquer falha quanto a essa garantia.
