Etnografia de uma catástrofe estudo de antropologia urbana e visual sobre os desafios da natureza e a sobrevivência como modo de vida entre moradores de Águas Claras, Viamão
DOI:
https://doi.org/10.22456/1984-1191.9394Resumo
Neste trabalho de pesquisa desenvolvo um estudo de caso sobre as experiências enfrentadas pela comunidade de Águas Claras, distrito do município de Viamão, quando de uma catástrofe natural, um princípio de ciclone acontecido em outubro do ano de 2000. Através da análise de suas narrativas busco conhecer suas interpretações sobre esta brusca ruptura da rotina. A repercussão dessa catástrofe sobre suas condições de vida, atingindo famílias e comunidades, quando correm risco de vida e perdem boa parte de seus bens materiais, é analisada a partir de suas narrativas sobre o caso, onde tecem referências identitárias de trajetórias pessoais, familiares e coletivas.
No ano de 2000, como bolsista de iniciação científica do Núcleo de Antropologia Visual (PPGAS, UFRGS) passei a desenvolver a pesquisa intitulada “Os Desafios da Natureza: estudo de antropologia urbana e visual sobre o cotidiano de sobrevivência como modo de vida na cidade”. Esse estudo se desenvolve no âmbito do projeto de pesquisa individual da Profª. Dra. Cornelia Eckert, intitulado “Feições dos medos e das crises no ritmo das sociabilidades cotidianas na cidade: estudo etnográfico”. Com o objetivo de estudar junto a famílias em vilas populares na “grande” Porto Alegre as experiências vividas a partir de catástrofes naturais, como inundações, ventanias, incêndios, a fim de conhecer suas narrativas sobre estas descontinuidades nas previsibilidades cotidianas.
As populações economicamente desfavorecidas estão entres as mais ameaçadas pelas tragédias provocadas pela natureza, consideradas como conseqüências do desenvolvimento incontrolado dos grandes centros urbanos e dos efeitos degradantes ao ambiente no século XX.
Acidentes ambientais ou catástrofes naturais repercutem sobre as condições de vida e sociabilidades de grupos urbanos em regiões urbanas. Nessas experiências, as imagens resgatadas pela população servem de instrumento para configurar e contextualizar o evento. As imagens anteriores ao evento os auxiliam a rememorar a vida antes da catástrofe, e algumas vezes, repensando a realidade em comparação com o antigo modo de vida. As imagens da imprensa sobre a tragédia, guardadas pelas vítimas, auxiliam na configuração de uma identidade de grupo enquanto sobrevivente de uma catástrofe natural. Essas imagens coletadas são importantes na construção das narrativas dos moradores, onde se desenvolve uma memória afetiva e coletiva.
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