Nas urdiduras do crivo, tramas de memórias femininas
DOI:
https://doi.org/10.22456/1984-1191.9333Resumo
Este trabalho emerge de minha vivência com as gancheiras, em que pinço para uma reflexão sobre temporalidades, memórias e imaginário, as mulheres criveiras. Ou seja, gancheiras que guardam os segredos deste tipo de trabalho laborioso que, a partir de um pedaço de tecido sem identidade, compõe-se de inúmeras etapas até transformar-se em peças distintas, como toalhas, lençóis, fronhas, trilhos, constituindo-se, assim, em um patrimônio, por um lado materializado em um tipo de urdidura especifica: o crivo, e por outro, imaterial, de uma mulher que detém um saber particular: a criveira.
Assim, este texto fala sobre as mulheres criveiras de Ganchos no sentido de sua relação com o trabalho que realizam. Que implicâncias temporais estão aí inseridas, que exercícios de memória se ocultam por trás das tramas que criam o crivo. Que processos imaginários são anteriores ao surgimento de imagens no tecido que é crivado? Enfim, estas mulheres sentem, pensam, rememoram o que, quando criam, a partir de puro pano, magníficas peças de crivo.
Finalmente, emerge na fala das criveiras uma preocupação com a (des) continuidade deste labor. Algumas se mostram pessimistas, outras, no entanto, apesar de verem com clareza sua finitude humana, entendem que o crivo vai continuar na contemporaneidade. Como e por quem o tempo vai mostrar.
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