A cidade como sede de sentidos

Autores

  • Cornelia Eckert BIEV/PPGAS/UFRGS
  • Ana Luiza Carvalho da Rocha BIEV/PPGAS/UFRGS

DOI:

https://doi.org/10.22456/1984-1191.9296

Resumo

A concepção simmeliana de cidade moderna (SIMMEL, 1979) orienta a concebê-la a partir das formas e dos gestos humanos na condição da fugacidade e da efemeridade do tempo que ritma o viver urbano. É notável que Georg Simmel, justamente o maior estudioso de todos os tempos da cidade moderna em suas dinâmicas sociais de destruição e de transformação, tenha destacado o que é da duração e da eternidade neste cenário. Há para Simmel, nas formas da cidade, na emergência das relações sociais interativas que criam e agem, uma adjudicação de sentido, de modo que, na contingência do tempo, algo se eterniza. Neste sentido, a cidade é concebida como fenômeno que encerra um espaço humanizado singular que acomoda os valores éticos e morais coletivos profundamente enraizados no trajeto antropológico.

 

Para o autor, há aqui a reconciliação entre as oposições mais prementes do viver urbano: a cultura objetiva e a cultura subjetiva – uma reconciliação no tempo e no espaço social na cidade, enfocadas enquanto formas simbólicas que encobrem uma construção de sentido para o mundo.

 

Somos tributários, em nossa “arte de pensar” o mundo e o tempo, das imensas rupturas e descontinuidades provocadas por revoluções tecnológicas e científicas do século XX. Não é ao acaso que se constata que a abordagem etnográfica e social dos bens patrimoniais tangíveis e intangíveis reflete sobre a vida e sobre a matéria, atribuindo ao desejo de conhecer dos habitantes das grandes cidades o ato de interagir com a sua história. Em antropologia urbana, a vontade de viver a cidade moderna, urbano-industrial, comporta, para os seus habitantes, o ato de narrar suas histórias vividas neste espaço – histórias que apontam para as diferenças e alteridades que constituem uma comunidade urbana.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Downloads

Publicado

2008-06-02

Como Citar

ECKERT, C.; ROCHA, A. L. C. da. A cidade como sede de sentidos. ILUMINURAS, Porto Alegre, v. 9, n. 20, 2008. DOI: 10.22456/1984-1191.9296. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/iluminuras/article/view/9296. Acesso em: 28 abr. 2025.