A cidade como sede de sentidos
DOI:
https://doi.org/10.22456/1984-1191.9296Resumo
A concepção simmeliana de cidade moderna (SIMMEL, 1979) orienta a concebê-la a partir das formas e dos gestos humanos na condição da fugacidade e da efemeridade do tempo que ritma o viver urbano. É notável que Georg Simmel, justamente o maior estudioso de todos os tempos da cidade moderna em suas dinâmicas sociais de destruição e de transformação, tenha destacado o que é da duração e da eternidade neste cenário. Há para Simmel, nas formas da cidade, na emergência das relações sociais interativas que criam e agem, uma adjudicação de sentido, de modo que, na contingência do tempo, algo se eterniza. Neste sentido, a cidade é concebida como fenômeno que encerra um espaço humanizado singular que acomoda os valores éticos e morais coletivos profundamente enraizados no trajeto antropológico.
Para o autor, há aqui a reconciliação entre as oposições mais prementes do viver urbano: a cultura objetiva e a cultura subjetiva – uma reconciliação no tempo e no espaço social na cidade, enfocadas enquanto formas simbólicas que encobrem uma construção de sentido para o mundo.
Somos tributários, em nossa “arte de pensar” o mundo e o tempo, das imensas rupturas e descontinuidades provocadas por revoluções tecnológicas e científicas do século XX. Não é ao acaso que se constata que a abordagem etnográfica e social dos bens patrimoniais tangíveis e intangíveis reflete sobre a vida e sobre a matéria, atribuindo ao desejo de conhecer dos habitantes das grandes cidades o ato de interagir com a sua história. Em antropologia urbana, a vontade de viver a cidade moderna, urbano-industrial, comporta, para os seus habitantes, o ato de narrar suas histórias vividas neste espaço – histórias que apontam para as diferenças e alteridades que constituem uma comunidade urbana.
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