Etnografia na rodoviária: fluxos e trajetórias socias em um espaço cosmopolita
DOI:
https://doi.org/10.22456/1984-1191.9207Resumo
A proposta deste ensaio é pensar a rodoviária como um espaço de encontro cosmopolita, refletindo acerca das idéias de cosmopolitismo de Gustavo Lins Ribeiro, Ulf Hannerz e Marshall Sahlins. O cosmopolitismo é aqui estudado a partir de depoimentos de trabalhadores da rodoviária, que já passaram por um processo migratório ou que são permanentemente atravessados por deslocamentos e portanto, por diferentes culturas, ethos e visões de mundo Pensar a rodoviária como um espaço cosmopolita requer uma abordagem singular da noção de cosmopolitismo, ou ainda requer explicitar o termo para tentar justificar sua utilização na etnografia de um espaço como a rodoviária. Ulf Hannerz (1990), em artigo sobre cosmopolitas e locais, menciona a mudança na concepção de cosmopolitismo ao longo de diferentes décadas, citando um estudo de Robert Merton em que este aponta na Segunda Guerra Mundial o sujeito cosmopolita como aquele que ultrapassava os limites da localidade na qual habitava, vivendo inserido em uma estrutura de nação. Hoje, segundo Hannerz, é a integração internacional que determina a universalidade. Uma cultura mundial é criada através de um entrelaçamento de culturas locais diversificadas, sem o apoio nítido de um território específico. Para o autor, a idéia de cosmopolitismo não está necessariamente e unicamente ligada ao deslocamento concreto, mas antes, a um estado mental, uma forma de administrar o significado que revela uma orientação e uma forma de se envolver com o Outro.
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