A vida deserdada e a re-territorialização dos sentidos na temporalidade e construída (La grand-combe, França)
DOI:
https://doi.org/10.22456/1984-1191.9202Resumo
No quadro industrial do século XIX na França, o carvão aparecia como fonte econômica básica. Entidades foram criadas para explorar o "ouro negro", trabalhadores foram requisitados para extraí-lo, vilas foram organizadas para mediatizar a relação entre os homens e o trabalho produtivo. O "universo da mina" foi cartografado como um espaço específico, onde o trabalho era paradigma dominante na história singular de coletividades. Em torno do trabalho na mina, famílias foram enraizadas e comunidades de trabalho, fundadas. Em relação ao "mundo da mina", combinaram suas aspirações, conceberam suas chances objetivas de um projeto de vida, construíram suas culturas.
Na atualidade, a maioria destas vilas conhece uma situação regressiva do mundo da mina e confronta-se com dificuldades econômicas. O fim das minas de carvão transtorna e desordena culturas singulares que gravitavam em torno da extração carbonífera. São os imperativos da civilização industrial e capitalista que transparecem na situação "de crise" no meio mineiro francês: o carvão, fonte energética n° 1 durante mais de um século, não ocupa mais o podium, o petróleo o suplantou. Para seguir o caminho do progresso, o setor carbonífero sofreu uma profunda modernização em seu sistema de exploração. A isto seguiram-se o desaparecimento do trabalho na mina, o fim da tradicional atividade de mineiro "de pai para filho", a transformação de toda uma organização econômica e social destas comunidades ocupacionais. A fim de perseguir um itinerário ativo, homens e mulheres viram-se obrigados a buscar novos horizontes de trabalho, e foram sobretudo aposentados e desempregados os que permaneceram nas vilas marcadas pela crise.
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