As figurações de lendas e mitos históricos na construção da cidade tropical
DOI:
https://doi.org/10.22456/1984-1191.9177Resumo
Desde os tempos modernos a cidade é representada pela utopia de um espaço destinado a liberdade e a democracia. No entanto, paradoxalmente, a cidade urbano industrial como aglomeração densa de grupos humanos resultou nos mais diversos arranjos do espaço de vida coletiva. Através de estratégias finas e capilares de seu próprio percurso, a cidade moderna acabou produzindo o seu contrário e criando, em linhas gerais, processos de esquadrinhamento do espaço e das linhas de compartilhamento de seu território, das quais resultaram inúmeras práticas policialescas e redutoras por parte do poder público, responsável pela organização da vida social no meio urbano.
Para se compreender os dispositivos simbólicos que orientam tais paradoxos da fundação da cidade moderna, da qual somos herdeiros, há que se ressaltar que os dispositivos urbanos situam-se no centro do desenvolvimento técnico e material das sociedades humanas que se desenharam na superfície do globo terrestre. Das grandes civilizações agrícolas até os dias de hoje, tais dispositivos guardam o testemunho dos gestos e técnicas de suas comunidades de origem na forma como elas procederam (e procedem) seus ritos e mitos de possessão territorial.
Inspirando-se nos trabalhos de mitocrítica e mitanálise de G. Durand, pode-se salientar cinco estruturas funcionais que orientam a fundação da Cidade humana como obra da cultura, organizadas em duas grandes classes de imagens e símbolos sociais. Portanto, a cidade moderna, como obra da cultura, pode ser, assim, interpretada a partir das suas “estruturas funcionais” de origem e das suas respectivas classes de imagens e símbolos arcaicos veiculados por seus mitos de fundação, os quais presidiriam o arranjo da vida coletiva no interior das distintas formas de aglomerações.
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