O viver de deficientes visuais no centro de Porto Alegre: trabalho ambulante e espaços de sociabilidade
DOI:
https://doi.org/10.22456/1984-1191.9158Resumo
A presente pesquisa insere-se no projeto NAVISUAL, coordenado pela Professora Dra. Cornelia Eckert, e relaciona-se, aqui, ao exercício etnográfico por ela proposto denominado “A Cidade e os seus Riscos: O Viver de Deficientes Visuais no Centro de Porto Alegre”, que tem por objetivo desenvolver um estudo narrativo de porto-alegrenses que portam a deficiência visual, buscando cruzar suas formas singulares de interpretar o contexto urbano vivido na ambiência pública e as formas cotidianas de interação social.
O início da pesquisa deu-se em outubro de 2002, através de “caminhadas pela cidade”, conceito extraído de De Certeau, pois, através da experiência de caminhante-observadora no centro da cidade, poderia perceber seus sons, ritmos e cores, inicialmente de forma anônima em meio à paisagem onde se desenrolam as práticas que eu pretendia pesquisar, a saber, o trabalho de vendedores ambulantes desenvolvido por deficientes visuais. Através dele, busquei investigar como eles percebem este viver e atuar no centro, e de que forma desenvolvem sua relação com a paisagem deste trecho da cidade. As ruas privilegiadas para esta observação foram aquelas em que majoritariamente atuam os deficientes visuais vendedores ambulantes do centro de Porto Alegre, como a Avenida Otávio Rocha e as ruas Dr. Flores e Andradas. Também ajudaram-me muito as reflexões de Magnani sobre caminhadas sistemáticas na cidade, e o conceito de “etnografia de rua” desenvolvido por Cornelia Eckert e Ana Luiza Carvalho da Rocha.
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