Eu, um vidente: trabalho de campo entre danças e sombras
DOI:
https://doi.org/10.22456/1984-1191.57426Resumo
Através das reflexões pós-modernas da antropologia em contexto etnográfico, penso aqui o campo que realizei em 2013, com integrantes cegos de um grupo de dança contemporânea em Belo Horizonte. Minha inserção em campo acabou por levantar questões a serem problematizada neste artigo: quando se lida com pessoas cegas, qual o limite do ver e o não-ver em campo e como isto reflete não só no trabalho de campo, mas na relação subjetiva das pessoas? A pós-modernidade extrapola a máxima discursiva ao seu tropo e interpela a subjetividade extrema dos discursos antropológicos. Quando este pressuposto encontra o seu doppelganger em campo, ou seja, a ‘realidade discursivo-ilusória’ das pessoas cegas, segundo Belarmino (2009), como estas construções de realidade se chocam? Reflito aqui sobre esta valsa entre a sombra etnográfica e a dança da não-vidência em campo, buscando compreender sua dinâmica.
Palavras-chave: Não-vidência; Epistemologia; Etnografia.
Me, a sighted: fieldwork between dances and shadows
Abstract
Reflecting throughout anthropology post-modernism thought in a ethnographic context, in this paper I think about my fieldwork, made in 2013, with blind people of a contemporary dance group in Belo Horizonte. My field insertion led me to raising questions that I develop in this article: when you are dealing with blind people, what are the limits of seeing and not-seeing on Field and how does this reflect not only on the fieldwork but also on people’s subjective relations? Post-modernity takes to the last consequences the discursive idea to its trope and interposals the extreme subjectivity of anthropological discourses. When this idea finds it’s doppelganger on the field, to say, the ‘discursive-illusory reality’ of blind people, according to Belarmino (2009) thought, how does reality constructions Clash? I reflect here about this waltz between the ethnographic shadow and the sightlessness dance in the field, seeking to comprehend its dynamic.
Key words: Sightlessness; Epistemology; Ethnography.
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