Entre Nilce, a prostituta, e Isabel, a Princesa. Sobre redes, relações e arcabouços libertários.
DOI:
https://doi.org/10.22456/1984-1191.20864Keywords:
Prostituição. Redes. Parentesco.Abstract
Pretendo com esse artigo avançar na compreensão antropológica da prostituição feminina. Afirmo que quando falamos da prostituição, ou quando se criam ou se operam políticas públicas a seu respeito, não se pode pensar em indivíduos exóticos e clandestinos, nem se podem apagar suas diferenças. Trata-se de sistemas de relações largos, amplos e complexos dos quais apresento algumas características e algumas transformações em Porto Alegre, Brasil, nos últimos trinta anos. Gênero, classe, sexualidade, formas de trabalho, família e parentesco (relatedness) são elementos destacados na compreensão de tais transformações. Finalmente, chamo a atenção sobre um tipo de conceitualização dessas redes, baseada na díade exploração/indignidade, que promove a sua criminalização e abolição. Esse artigo é derivado da minha tese doutoral em Antropologia Social, defendida em abril de 2010 na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Uso-me livremente de algumas idéias oferecidas por Whyte (2005) e por Latour (2008) no seu esforço por colocar as redes e os grupos no centro do olhar antropológico.
Palavras chave: Prostituição. Redes. Parentesco.
Between Nilce, the prostitute, and Isabel, the princess. On networking, relations and libertarian scaffolds.
Abstract
My aim, in this article, is to advance in an anthropological comprehension of women's prostitution. I propose that, when talking about prostitution, or when public policies concerning it are created and operated, we can neither think of it as foreign and exotic individuals, nor erase their differences. We are dealing with long, wide and complex systems of relations, whose characteristics and transformations over the last 30 years in Porto Alegre, Brasil, I present here. Gender, class, sexuality, labor forms, family and relatedness are highlighted elements in these transformations' comprehension. Finally, I explore a kind of conceptualization of those networks, based on exploration/indignity dyad, one which promotes its criminalization and abolition. This article derives from my doctoral thesis in Social Anthropology, defended on April 2010 at the Universidade Federal do Rio Grande do Sul. I also use, freely, some ideas offered by Whyte (2005) and by Latour (2008) in their effort to put network conceptualizations at the core of contemporaneous anthropological production.
Keywords: Prostitution. Network. Kinship.
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