Turmalina Paraíba e os olhares possíveis da alteridade na Feira de São Cristóvão
Palavras-chave:
Filme etnográfico. Turmalina Paraíba. Feira de São CristóvãoResumo
A proposta deste artigo é evidenciar as possibilidades de diálogos sobre olhares postos pela produção fílmica e suas interações com os sujeitos retratados, procurando contribuir com o debate sobre a produção de imagens como suporte privilegiado em pesquisas etnográficas. Isto é realizado a partir da primeira exibição, ocorrida em outubro de 2023, na Feira de São Cristóvão, do documentário Turmalina Paraíba, que captou uma mudança de 20 anos nesse espaço social. Assistiram à exibição os feirantes e profissionais que participaram das filmagens. Reverem-se 20 anos depois na tela do cinema, ou verem familiares e amigos falecidos, e perceberem as mudanças ocorridas foi uma experiência riquíssima para o público presente. O filme, que tem uma estética voltada à emoção, bem como sua exibição em um espaço que é referência de trajetórias sociais, cumpriram a missão que havia sido desenhada desde o início do projeto fílmico: ser a expressão de uma despedida e uma forma de lembrança fundamentadas no reconhecimento.
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