Os lugares de fala da pessoa com deficiência: entre metáforas poéticas e a insurgencia crip
DOI:
https://doi.org/10.22456/1984-1191.134584Palavras-chave:
Metáforas, Pessoa com deficiência, Epistemologia crip, Insurgência estética, Territórios existenciais.Resumo
O ensaio, ancorado na produção de conhecimento da sociologia e antropologia, serve-se de metáforas poéticas e da insurgência ético-estético-político resultante do movimento de pessoas com deficiência, ao abordar perspectivas contemporâneas do que se entende por outras possibilidades de lugares de fala. Os autores utilizam como metáforas os personagens de Cervantes em Don Quixote e o Mito da Medusa como ancoragem para discorrer sobre o tema a partir das contribuições de Georg Simmel, Clifford Geertz, Marcel Mauss, Roberto Da Matta, entre outros. A chamada epistemologia crip e as lutas identitárias e emancipatórias surgem como elementos centrais do que postulamos ser os territórios existenciais das pessoas com deficiência, reconfigurando suas relações sociais e históricas com o “corpus” societário. O ensaio, ao dialogar com as Ciências Sociais, estabelece pontes com o “artevismo”. Este possibilita o enfrentamento das “normatividades dos regimes de visibilidade das capacidades humanas”, notadamente quando estes últimos restringem a acessibilidade e inclusão sociocultural da diversidade humana.
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