De Quantos Fios se Tece uma Vida? Vidas tecidas nas experiências de dor, do abandono e da esperança

Autores

  • Maria Isabel Silva Bezerra Linhares Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) Laboratório Trabalho, Educação, Gênero e Subjetividade (LATEGS) https://orcid.org/0000-0003-2337-9810
  • Nadja Rinelle Oliveira de Almeida Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) Laboratório Trabalho, Educação, Gênero e Subjetividade (LATEGS https://orcid.org/0000-0003-3094-3336

DOI:

https://doi.org/10.22456/1984-1191.103732

Palavras-chave:

Memória coletiva, Fenômeno urbano, Estudos Etnográficos, Sociedades complexas

Resumo

Resumo: Este artigo apresenta reflexões acerca das artesanias das pessoas em situação de rua na cidade de Sobral, no Ceará. Em nossas ações político-profissionais, apreendemos os significados da vida das pessoas em situação de rua em suas múltiplas manifestações, conhecendo os fios que unem suas histórias de vida, cada uma marcada pelos percalços de sua existência. Caminhamos apoiadas na pesquisa de caráter qualitativo com o uso de observações diretas e entrevistas. Tivemos como suporte teórico, autores como: Bauman (1998), Calvino (1990), Certeau (2013), Pais (2006-2013), dentre outros. Podemos concluir que as pessoas em situação de rua possuem percursos heterogêneos. Uns se habituaram a viver na rua, tomando-a como sua casa e espaço de sobrevivência. Outros a consideram um lugar provisório e de improvisos, visto que alimentam esperanças de (re) encontro com os seus familiares e com o seu trabalho digno. Fios de esperança que significam uma artesania de sonhos que produzem possibilidades de transformação.

Palavras-chave: Situação de rua. Cidade. Experiências. Abandono. Esperança

 

 

FROM HOW MANY THREADS A LIFE WOVEN?

STORIES OF PAIN, NEGLECT AND HOPE

 


Abstract: This article presents reflections about the handicrafts of homeless people in the city of Sobral, Ceará. In our political-professional actions, we've learned the meaning of homeless people's lives in its multiple manifestations, getting to know the threads that unite their life stories, each marked by the mishaps of their existence. We've walked supported by qualitative researching using direct observations and interviews. We've had authors as theoretical support such as: Bauman (1998), Calvino (1990), Certeau (2013), Pais (2006-2013), among others. We can conclude that homeless people follow heterogeneous paths. Some get used to live on the streets, taking it as their home and living space. Others consider it a temporary place to live and work, since they nurture hopes of meeting (again) with their families and a decent job. Threads of hope that mean a craftsmanship of dreams that create possibilities of transformation.

Keywords: Homeless. City. Stories. Neglect. Hope

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Biografia do Autor

Maria Isabel Silva Bezerra Linhares, Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) Laboratório Trabalho, Educação, Gênero e Subjetividade (LATEGS)

Doutora em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Professora Adjunta da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), do Centro de Filosofia, Letras e Educação (CENFLE). Pesquisadora do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Culturas Juvenis (GEPECJU), coordenando a linha Juventudes, Transformações Sociais e Políticas Públicas.

Nadja Rinelle Oliveira de Almeida, Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) Laboratório Trabalho, Educação, Gênero e Subjetividade (LATEGS

Mestre e Doutora em Educação Brasileira pela Universidade Feeral do Ceará (UFC). Professora Substituta da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). Pesquisadora do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Culturas Juvenis (GEPECJU) e do Laboratório Trabalho, Educação, Gênero e Subjetividade (LATEGS)

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Publicado

2020-09-30

Como Citar

SILVA BEZERRA LINHARES, M. I.; OLIVEIRA DE ALMEIDA, N. R. De Quantos Fios se Tece uma Vida? Vidas tecidas nas experiências de dor, do abandono e da esperança. ILUMINURAS, Porto Alegre, v. 21, n. 54, 2020. DOI: 10.22456/1984-1191.103732. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/iluminuras/article/view/103732. Acesso em: 28 mar. 2024.