O TEATRO COMO UM ESTADO DE ENCONTRO
DOI:
https://doi.org/10.22456/2236-3254.11156Palavras-chave:
estética relacional, processos criativos da cena, encontro, autopoiesis, processos colaborativos de ensaio, cena contemporânea.Resumo
A partir da teoria da “estética relacional” proposta por Nicolas Bourriaud, o artigo desenvolve uma concepção do teatro como um estado de encontro, um fenômeno que só acontece em um espaço-tempo compartilhado entre atores e espectadores, condicionado por um mecanismo de autopoiesis: teatro como um processo que gera eventos e não obras acabadas, que só acontecem em relação. Esta dimensão pode ser identificada com muita intensidade nos processos criativos da cena, que implicam uma dinâmica coletiva de trabalho baseada na colaboração: uma máquina que provoca e administra encontros. Um processo de ensaios é um laboratório de sociabilidade que demanda a convivência de heterogeneidades e contradições: autonomia e acoplamento coexistindo em um sistema autopoiético de relações. A idéia do teatro como estado de encontro significa uma busca por um tipo de fazer teatral que assume, intensifica e amplia sua própria dimensão relacional, buscando modelar universos possíveis, em uma experiência em que a ética não está dissociada da estética.
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