Decolonialidade e inglês como língua franca: diálogos com professores brasileiros
DOI:
https://doi.org/10.22456/2236-6385.103202Schlagworte:
Inglês como língua franca, práticas translíngues, decolonialidade.Abstract
As relações interculturais que caracterizam nossa realidade globalizada são permeadas pela colonialidade. No contexto do ensino de inglês, enxergamos o deslocamento de um paradigma de inglês como língua estrangeira para perspectivas mais críticas (como de inglês como língua franca (ILF) e translinguagem) como possível caminho para a decolonialidade. Assim, neste trabalho, entrevistamos professores a respeito de seus planejamentos, recursos e crenças sobre os investimentos dos alunos no aprendizado. Ao voltarmo-nos para esses discursos, buscamos refletir sobre a possível presença de elementos que indiquem uma perspectiva de ILF e translinguagem, considerando, por um lado, uma desobediência epistêmica (MIGNOLO, 2008) e, por outro, uma perpetuação do imperialismo linguístico característico da colonialidade. Por fim, destacamos a importância de uma formação inicial/continuada de professores que contribua para a autorreflexão e o questionamento.
Downloads
Literaturhinweise
ANDREOTTI, Vanessa; STEIN, Sharon; AHENAKEW, Cash; HUNT, Dallas. Mapping interpretations of decolonization in the context of higher education. Decolonization: Indigeneity, Education & Society, v. 4, n. 1, p. 21-40, 2015. Disponível em: http://representing-education.gertrude cotter.info/wp-content/uploads/2016/08/andreotti-stein-ahenakew-hunt-decolonization.pdf. Acesso em: 20 jul. 2019.
BORDIEU, Pierre. Language and symbolic power. Cambridge: Polity Press, 1991.
CANAGARAJAH, Suresh. Lingua Franca: English, Multilingual Communities, and Language Acquisition. The Modern Language Journal, v. 91, n. s1, p. 923-939, 2007.
CANAGARAJAH, Suresh. Translingual Practice: Global Englishes and Cosmopolitan Relations. NY: Routledge, 2013.
DINIZ DE FIGUEIREDO, Eduardo Henrique; MARTINEZ, Juliana. The Locus of Enunciation as a Way to Confront Epistemological Racism and Decolonize Scholarly Knowledge. Applied Linguistics, v. Adv A, p. 1-6, 2019.
DUBOC, Ana Paula M. Atitude Curricular: Letramentos Críticos nas Brechas da Formação de Professores de Inglês. 258 f. Tese (Doutorado em Letras) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012.
FRIEDRICH, Patricia. MATSUDA, Aya. When Five Words Are not Enough: A Conceptual and Terminological Discussion of English as a Lingua Franca. International Multilingual Research Journal, v.4, n. 1, p.20-30, 2010.
GARCÍA, Ofélia. WEI, Li. The Translanguaging Turn and Its Impact. In: GARCÍA, Ofélia. WEI, Li. Translanguaging: Language, Bilingualism and Education. Basingstoke: Palgrave Macmillan, p. 19-44, 2014.
GROSFOGUEL, Ramón. Racismo/sexismo epistémico, universidades occidentalizadas y los cuatro genocídios/epistemicidios del largo siglo XVI. Tabula Rasa, Bogotá, n. 19, p. 31-58, jul-dez, 2013.
HAUS, Camila. Inglês como Língua Franca e prática translíngue: uma perspectiva possível. Versalete, v. 7, n. 12, p. 51-71, 2019.
JENKINS, Jennifer. Repositioning English and multilingualism in English as a Lingua Franca. Englishes in Practice, v. 2, n. 3, p. 49-85, 2015.
JORDÃO, Clarissa Menezes. A língua inglesa como commodity: Direito ou obrigação de todos? Conhecimento local e conhecimento universal, v.3, n. 1, p. 272-295, 2004.
JORDÃO, Clarissa Menezes. A posição de professor de inglês no Brasil: hibridismo, identidade e agência. Letras & Letras, v. 26, n. 2, 21 mar. 2010.
JORDÃO, Clarissa Menezes; MARQUES, Anderson Nalevaiko. English as a lingua franca and critical literacy in teacher education: Shaking off some “good old” habits. In: GIMENEZ, Telma; KADRI, Michele Salles El; CALVO, Luciana Cabrini Simões. English as a Lingua Franca in Teacher Education - A Brazilian perspective. 1ed, De Gruyter Mouton, p. 53-68, 2018.
KUMARAVADIVELU, Bala. Dangerous liasion: Globalization, Empire and TESOL. In: EDGE, Julian. (Ed.). (Re)Locating TESOL in an age of empire. New York: Palgrave Macmillan, p. 1-26, 2009.
MAHER, Terezinha. Políticas linguísticas e políticas de identidade: currículo e representações de professores indígenas na Amazônia ocidental brasileira. Currículo sem Fronteiras, v. 10, n. 1, p. 33-48, jan./jun. 2010.
MAKONI, Sinfree; PENNYCOOK, Alastair. Disinventing and Reconstituting Languages. In: MAKONI, Sinfree; PENNYCOOK, Alastair (ed). Disinventing and Reconstituting Languages. Bristol: Multilingual Matters Ltd, p. 1-37, 2007.
MALDONALDO-TORRES, Nelson. Sobre la colonialidad del sur: contribuiciones al desarollo de un concepto. In CASTRO-GOMÉZ, Santiago, GROSFOGUEL, Ramón. El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más alla del capitalismo global (compiladores). Bogotá: siglo del Hombre Editores, Universidad Central, Instituto de Ciencias Sociales Comtemporaneos y Pontificia Universidad Javeriana, Instituto Pensar, p. 127-168, 2007.
MALDONALDO-TORRES, Nelson. A topologia do Ser e a geopolítica do conhecimento. Modernidade, império e colonialidade. Revista Crítica de Ciências Sociais, 80, Março 2008.
MENEZES DE SOUZA, Lynn Mario T. Glocal Languages, coloniality and globalization from below. In:GUILHERME, Manuela; MENEZES DE SOUZA, Lynn Mario T. Glocal Languages and Critical Intercultural Awareness – The South answers back. 1ed. NY: Routledge, p. 17-41, 2019.
MIGNOLO, Walter. Desobediência epistêmica: a opção decolonial e o significado de identidades em política. Cadernos de Letras da UFF. Dossiê Literatura, língua e identidade, n. 34, p. 287-324, 2008.
MIGNOLO, Walter. Educación y decolonialidad: aprender a desaprender para poder re-aprender – Um diálogo geopolítico-pedagógico com Walter Mignolo. Revista del IICE. n. 35, p. 61-71, 2014. [Entrevista concedida a Facundo Giuliano e Daniel Berisso].
MOITA LOPES, Luiz Paulo da. Uma Linguística Aplicada mestiça e ideológica. In: MOITA LOPES, Luiz Paulo da (Org.). Por uma Linguística Aplicada indisciplinar. São Paulo: Parábola Editorial, p. 13-44, 2006.
MUFWENE, Salikoko. Globalization, Global English, and World English(es): Myths and Facts. In: COUPLAND, Nikolas. (ed). Handbook of Language and Globalization. New Jersey: Wiley-Blackwell, p. 31-55, 2010
NORTON, Bonny. Critical literacy and international development. Critical literacy: Theories and Practices, v. 1, n. 1, p. 6-15, 2007.
PALHARES, Ana Cristina de Moraes Hazin. Língua, cultura, educação e colonialidade: Reflexões sobre o ensino-aprendizagem de línguas em uma perspectiva pós-colonial. Interfaces de Saberes, v. 12, n. 1, 2011.
PENNYCOOK, Alastair. English and the discourses of colonialism, Londres: Routledge, 1998.
PENNYCOOK, Alastair. Translingual English. Australian review of applied linguistics, v. 31, n. 3, p. 30.1-30.9, 2008.
QUIJANO, Anibal. Coloniality of Power, Eurocentrism, and Latin America. Nepantla: Views from South, v. 1, n. 3, 2000.
SIQUEIRA, Sávio. Inglês como Língua Franca não é zona neutra, é zona transcultural de poder: Por uma descolonização de concepções, práticas e atitudes. Línguas e Letras, v. 19, n. 44, p. 93-112, 2018.
SOUSA SANTOS, Boaventura. Beyond abyssal thinking: from global lines to ecologies of knowledge. Review (Fernand Braudel Center), v. 30, n. 1, p. 45-89, 2007.
SOUSA SANTOS, Boaventura. Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia dos saberes. In: SOUSA SANTOS, Boaventura, MENESES, Maria Paula. (Orgs.) Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, p. 31-83, 2010.
SOUSA SANTOS, Boaventura. A Universidade do Século XXI: para uma reforma democrática e emancipatória da Universidade. 3ed. São Paulo: Cortez, 2011.
Downloads
Veröffentlicht
Zitationsvorschlag
Ausgabe
Rubrik
Lizenz
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
(a) Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License, permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
(b) Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
(c) Os autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (veja O Efeito do Acesso Livre).
(d) Os autores estão conscientes de que a revista não se responsabiliza pela solicitação ou pelo pagamento de direitos autorais referentes às imagens incorporadas ao artigo. A obtenção de autorização para a publicação de imagens, de autoria do próprio autor do artigo ou de terceiros, é de responsabilidade do autor. Por esta razão, para todos os artigos que contenham imagens, deve ser encaminhada por correio postal uma declaração, assinada pelo autor do artigo, de que o uso da imagem foi autorizado, sem qualquer ônus financeiro para os Cadernos do IL.