Será que nada vai acontecer? Tempo e melancolia na poética da Legião Urbana

Autores

  • Henrique Pinheiro Costa Gaio Doutor pela PUC-Rio e com Pós-doutorado na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Atualmente atua como pesquisador na Comunidade de Estudos de Teoria da História da UERJ (COMUM).

DOI:

https://doi.org/10.22456/1983-201X.74148

Palavras-chave:

Legião Urbana, Melancolia, Temporalidade

Resumo

O rock nacional ao longo da década de 1980 tornou-se uma importante forma de expressão cultural de massa. Não somente pelo processo de profissionalização da indústria cultural que ampliou significativamente o consumo e a circulação, mas, sobretudo, por reverberar certos anseios e angústias específicas daquela geração. Tendo em vista tal movimento de autonomização e de construção de uma linguagem peculiar, o objetivo deste ensaio é indicar certa sensibilidade sobre o tempo que ganha contorno na poética da banda Legião Urbana (1982-1996) entre 1985 e 1991. Trata-se, portanto, de uma tentativa de articulação entre experiência do tempo e uma estética melancólica, atendo-se aos afetos mobilizados e ao jogo entre esperança e frustração. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Henrique Pinheiro Costa Gaio, Doutor pela PUC-Rio e com Pós-doutorado na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Atualmente atua como pesquisador na Comunidade de Estudos de Teoria da História da UERJ (COMUM).

Graduado em História pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Mestrado e Doutorado em História Social da Cultura na PUC-Rio. Realizou estágio de pós-doutorado na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).

Referências

ALEKSIÉVITCH, Svetlana. Vozes de Tchernóbil. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.

ALEXANDRE, Ricardo. Dias de luta: o rock e o Brasil dos anos 80. Porto Alegre: Arquipélago, 2013.

ARISTÓTELES. O homem de gênio e a melancolia: o problema XXX, I. Tradução do grego para o francês, apresentação e notas: Jackie Pigeaud. Tradução do francês: Alexei Bueno. Rio de Janeiro: Lacerda, 1998.

BOYM, Svetlana. Mal-estar na nostalgia. Tradução de André de Lemos Freixo e Marcelo Santos de Abreu. História da Historiografia, Ouro Preto, n. 23, abr. 2017.

FICO, Carlos. Reinventando o otimismo: ditadura, propaganda e imaginário social no Brasil. Rio de Janeiro: FGV, 1997.

_____. Ditadura militar brasileira: aproximações teóricas e historiográficas. Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 9, n. 20, p. 5-74, jan./abr. 2017.

_____. Violência, trauma e frustração no Brasil e na Argentina: o papel do historiador. Topoi, Rio de Janeiro, v. 14, n. 27, p. 239-261, jul./dez. 2013.

GASPARI, Elio. A ditadura derrotada. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.

GUMBRECHT, Hans Ulrich. Atmosfera, ambiência, Stimmung: sobre um potencial oculto da literatura. Rio de Janeiro: Contraponto: PUC-Rio, 2014a.

_____. Depois de 1945: latência como origem do presente. São Paulo: Unesp, 2014b.

LEGIÃO URBANA. V. Rio de Janeiro: EMI-Odeon, 1991. LP.

_____. As quatro estações. Rio de Janeiro: EMI-Odeon, 1989. LP.

_____. Que país é este: 1978-1987. Rio de Janeiro: EMI-Odeon, 1987. LP.

_____. Dois. Rio de Janeiro: EMI-Odeon, 1986. LP.

_____. Legião Urbana. Rio de Janeiro: EMI-Odeon, 1985. LP.

MAGI, Érica Ribeiro. Rock and roll é o nosso trabalho: a Legião Urbana do underground ao mainstream. São Paulo: Alameda, 2013.

MARCELINO, Douglas Attila. Subversivos e pornográficos: censura de livros e diversões públicas nos anos 1970. Rio de Janeiro: Ministério da Justiça; Arquivo Nacional, 2011.

MARCELO, Carlos. Renato Russo: o filho da revolução. Rio de Janeiro: Agir, 2012.

NAPOLITANO, Marcos. MPB: a trilha sonora da abertura política (1975/1982). Estudos Avançados, São Paulo, v. 24, n. 69, 2010.

PERALVA, Osvaldo. Feliz ano novo, a sério. Folha de S. Paulo, 2 de janeiro de 1985. Disponível em: http://acervo.folha.uol.com.br/fsp/1985/01/02/21/. Acesso em: 27 maio 2017.

PIGEAUD, Jackie. Metáfora e melancolia: ensaios médico-filosóficos. Rio de Janeiro: PUC-Rio: Contraponto, 2009.

RUSSO, Renato. Só por hoje e para sempre: diário do recomeço. Organização e notas: Leonardo Lichote. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

SAFATLE, Vladimir. O circuito dos afetos: corpos políticos, desamparo e o fim do indivíduo. Belo Horizonte: Autêntica, 2016.

STAROBINSKI, Jean. A tinta da melancolia: uma história cultural da tristeza. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.

VILLA-LOBOS, Dado; DEMIER, Felipe Abranches; MATTOS, Romulo Costa. Dado Villa-Lobos: memórias de um legionário. Rio de Janeiro: Mauad X, 2015.

Downloads

Publicado

2018-01-19

Como Citar

Gaio, H. P. C. (2018). Será que nada vai acontecer? Tempo e melancolia na poética da Legião Urbana. Anos 90, 24(46), 45–70. https://doi.org/10.22456/1983-201X.74148

Edição

Seção

Dossiê: Presença dos anos 1980: esperanças, nostalgias e historiografia