Orfani italiani no juízo dos órfãos de Porto Alegre (final do século XIX)

Autores

  • José Carlos da Silva Cardozo UNISINOS - UFRGS

DOI:

https://doi.org/10.22456/1983-201X.34359

Palavras-chave:

Órfãos, Estrangeiros, Italianos, Juízo dos órfãos

Resumo

Muitas crianças e adolescentes italianos, juntamente com seus familiares, transpuseram as barreiras oceânicas e vieram para o Rio Grande do Sul em busca de melhores oportunidades de trabalho e condições de vida. Contudo, as vicissitudes que cercavam a maioria da população, entre o final do século XIX e início do XX, também afligiram as famílias dos imigrantes italianos, em algumas das quais foram completamente desarticuladas devido ao falecimento de seus genitores. Assim, muitas crianças e adolescentes imigrantes ou descendentes tiveram que conviver também com a orfandade. Para cuidar dessas crianças, o Estado brasileiro possuía o Juízo dos Órfãos, instituição do Judiciário destinada a atribuir um adulto como responsável legal pelo menor, e o governo italiano uma instância de representação legal no Brasil – o Consulado Italiano. É a intenção deste trabalho, por meio da História Social, apresentar alguns dos pequenos italianos e ítalo-brasileiros que tiveram suas histórias registradas nos Processos de Tutela da cidade de Porto Alegre, os quais receberam atenção do Consulado Italiano de Porto Alegre em suas ações. Dessa forma, refletir sobre esses menores estrangeiros e trazer para análise as crianças e adolescentes que, muitas vezes, ficam em segundo plano nos estudos e/imigratórios.

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Biografia do Autor

José Carlos da Silva Cardozo, UNISINOS - UFRGS

Historiador (UNISINOS), Sociólogo (UFRGS) e Doutorando em História Latino-Americana (UNISINOS). Professor concursado da Secretaria de Educação do RS. Editor da Revista Latino-Americana de História e da Revista Brasileira de História & Ciências Sociais. Secretário da Anpuh/RS. Bolsista Capes/MEC.

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Publicado

2013-04-11

Como Citar

Cardozo, J. C. da S. (2013). Orfani italiani no juízo dos órfãos de Porto Alegre (final do século XIX). Anos 90, 20(38), 273–293. https://doi.org/10.22456/1983-201X.34359