Guerra Fria, modernização da agricultura e revolução verde: o Banco Mundial e o Grupo Consultivo de Pesquisa Agrícola Internacional
DOI:
https://doi.org/10.22456/1983-201X.138906Palavras-chave:
modernização da agricultura, revolução verde, desenvolvimento rural, ciência agrícola, pobreza ruralResumo
Este artigo analisa o papel do Banco Mundial na construção do Grupo Consultivo para a Pesquisa Agrícola Internacional (CGIAR). Fundado em 1971, o CGIAR cumpriu um papel fundamental na difusão da “revolução verde”, um dos aspectos mais notáveis e controversos das políticas de modernização capitalista da agricultura nos países do então chamado Terceiro Mundo. O tema é situado nos marcos da guerra fria e das políticas de “contenção” do comunismo levadas adiante pelo governo dos Estados Unidos. O trabalho aborda o giro do Banco Mundial à agricultura no início da década de 1960, o qual se intensificou durante a gestão de Robert McNamara (1968-81) à frente da instituição. Analisa a participação do Banco Mundial na criação do CGIAR, por meio do qual a revolução verde se difundiria nos anos seguintes, problematizando as razões principais desse engajamento. Por fim, discute as formas pelas quais o Banco promoveu a modernização capitalista (conservadora) da agricultura, com destaque para os projetos de desenvolvimento rural integrado voltados a segmentos do campesinato. O período em discussão se estende do início dos anos 1940 ao final da gestão McNamara.