Memória e tradição na disputa mapuche por autonomia
DOI:
https://doi.org/10.22456/1983-201X.137610Palavras-chave:
Emergência indígena; Movimento mapuche; Autonomia; Consejo de Todas las Tierras; Coordinadora Arauco Malleco.Resumo
O tratamento dado aos mapuche pelo Estado chileno ao longo da história revela a ausência de reconhecimento das distintas identidades étnicas presentes no país. Em vez disso, o Estado nacional do Chile tem procurado estabelecer um padrão de sociedade homogênea, buscando integrar e assimilar as várias etnias ao grupo nacional dominante. A oposição dos povos indígenas a essas políticas integracionistas é histórica e na década de 1990 a principal forma de resistência discutida pelas organizações mapuche foi a autonomia. Nesse panorama é que surgiram as organizações Consejo de Todas las Tierras (CTT) e Coordinadora Arauco Malleco (CAM), que tiveram papel protagônico no debate sobre autonomia mapuche. Buscaremos analisar como essas duas organizações utilizaram a memória coletiva, como ferramenta privilegiada para invenção e reconstrução da tradição, em prol da legitimação da demanda por território e autonomia. Para tal estudo utilizamos como fonte os comunicados e periódicos oficiais publicados por essas organizações, além de extensa bibliografia sobre o tema.