Narrativas da história nacional na Primavera dos Povos global: o povo como personagem histórica nas historiografias conservadoras mexicana e brasileira em meados do século XIX

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22456/1983-201X.112840

Palavras-chave:

National Historiography, Global Historiography, Revolutions of 1848, Lucas Alamán, Francisco Adolfo de Varnhagen

Resumo

As historiografias mexicana e brasileira de meados do século XIX tem sido interpretadas considerando as circunstâncias nacionais em que foram escritas. Este artigo procura transcender esse ponto de vista, situando esses textos – especificamente a Historia de México de Lucas Alamán e a História Geral do Brasil de Francisco Adolfo de Varnhagen – no contexto revolucionário global desencadeado pelos acontecimentos de fevereiro-junho de 1848 em Paris. Como argumento, defendo que o papel negativo que ambas as histórias nacionais deram ao “povo” em suas narrativas das revoluções independentistas mexicana e brasileira está ligado à ascensão global das classes populares na vida política e sua incorporação global como personagens-chave nos discursos historiográficos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ricardo Ledesma Alonso, Universidad Nacional Autónoma de México

Profesor asociado, Colegio de Historia, Facultad de Filosofía y Letras, Universidad Nacional Autónoma de México

Referências

ABREU E LIMA. 1843. Compêndio da História do Brasil –Volume Único. Rio de Janiero: Laemmert.

ALAMÁN, Lucas. 1942. Historia de México. 5 vols. México: Jus.

BERGER, Stefan and Christoph CONRAD. 2015. The Past as History. Nation Identity and Historical Conciousness in Modern Europe. New York: Palgrave Macmillan.

BONIFÁCIO, Maria da Fátima. 1993. História da Guerra Civil da Patuleia 1846-1847. Lisboa: Editorial Estampa.

BRADING, David. 1988. Los orígenes del nacionalismo mexicano. México: Ediciones Era.

BUSTAMANTE, Carlos María de. 1953-1963. Continuación del cuadro historico de la revolución mexicana. 4 vols. Mexico: Publicaciones de la Biblioteca Nacional de México.

CARVALHO, José Murilo de. 2003. A construção da ordem: a elite política imperial. Teatro de sombras: a política imperial. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira.

CARVALHO, José Murilo de. 2012. “A vida política”. In Historia do Brasil Nação: 1808-2010: Volume 2. A construção nacional. 1830-1889, coordenado por José Murilo de Carvalho. Rio de Janeiro: Fundação MAPFRE e Editora Objetiva.

CEZAR, Temístocles. 2018. Ser historiador no século XIX: o caso Varnhagen. Belo Horizonte: Autêntica Editora.

COSTELOE, Michael.1993. The Central Republic in Mexico, 1835-1846: Hombres de Bien in The Age of Santa Anna. Cambridge: Cambridge University Press.

FOWLER, Will and Pedro Santoni. 2019. “Setting the Scene: The History and Historiography of Post-War Mexico, 1848-1853”. In México, 1848-1853. Los Años Olvidados, edited by Will Fowler and Pedro Santoni, 1-33. New York: Routledge.

GUIMARÃES, Lúcia M. Paschoal. 1995. “Debaixo da imediata proteção de Sua Majestade Imperial: O Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (1838-1889)”. Revista do IHGB no. 388, a. 156: 459-613.

GUIMARÃES, Manoel Luís Salgado. 1988. “Nação e civilização nos trópicos: o Instituto

Histórico e Geográfico Brasileiro e o projeto de uma História Nacional”. Estudos

Históricos, n. 1: 5-27. http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/reh/article/view/1935

HAUP, Heinz-Gerhard and Dieter LANGWIESCHE, 2000. “The European Revolution of 1848: Its Political and Social Reforms, its Politics of Nationalism, and its Short -and Long- Term Consequences”. In Europe in 1848. Revolution and Reform, edited by Dieter Dowe, Heinz-Gerhard Haupt, Dieter Langewiesche, and Jonathan Sperber, 1-24. New York: Berhgahn Books.

HERCULANO, Alexandre, 1873, “A Voz do Profeta”. In Opúsculos. Tomo

VII, Alexandre Herculano, 16-118. Lisboa: Viuva Bertrand & C.ª Succesores Carvalho & Cª.

HERCULANO, Alexandre. 2007. História de Portugal. Desde o começo da Monarquia até ao fim do Reinado de Afonso III. Lisboa: Bertrand Editora.

HOBSBAWM, Eric. 1962. The Age of Revolution 1789-1848. New York: Vintage Books.

IGLÉSIAS, Francisco. 2000. Historiadores do Brasil: Capítulos de historiografia brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, Ed. UFMG.

LEVIN, David. 1959. History as Romantic Art. Bancroft, Prescott, Motley, and Parkman. Stanford: Stanford University Press.

LIDA, Clara E. 2002. “The Democrating and Social Republic of 1848 and its Repercussions in the Hispanic World”. In The European Revolutions of 1848 and the Americas, edited by Guy Thompson, 46-75. London: Institute of Latin American Studies.

LÖWITH, Karl. 1949. Meaning in History. Chicago: The University of Chicago Press.

MATTOS, Ilmar Rohloff de. 1987. O Tempo Saquarema. São Paulo: Editora HUCITEC, Instituto Nacional do Livro.

MARX, Karl. 2008. Les lutes de classes en France 1848-1850. Le 18 Brumaire de Luois Bonaparte. Montreuil-sous-Bois: Éditions Science Marxiste.

MICHELET, Jules. 1974. Le peuple. Paris: Flamarion.

MICHELET, Jules. 1848. Histoire de la Revolution Française. Tome Troisième. Paris: Chamerot, Labraire-Éditeur.

NARO, Nancy Priscilla. 2002. “Brazil’s 1848: The Praieira Revolt in Pernambuco, Brazil”. In The European Revolutions of 1848 and the Americas, edited by Guy Thompson, 100-124. London: Institute of Latin American Studies.

ODÁLIA, Nilo. 1997. As formas do mesmo: Ensaios sobre o pensamento historiográfico de Varnhagen e Oliveira Viana. São Paulo: UNESP.

PALTI, Elías José. 2009. “Lucas Alamán y la involución política del pueblo mexicano ¿Las ideasconservadoras ‘fuera de lugar’?”. In Conservadurismo y derechas en la historia de México. vol. 1., coordinado por Erika Pani, 300-323. México: Fondo de Cultura Económica/Consejo Nacional para la Cultura y las Artes.

PETETIER, Paule. 2006. Jules Michelet. L’homme histoire. Paris: Bernard Grasset.

PLASCENCIA DE LA PARRA, Enrique. Lucas Alamán. 1997. “Lucas Alamán”. In Historiografía mexicana: Volumen 3. El surgimiento de la historiografía nacional, coordinado por Virginia Guedea, 307-348. México: Universidad Nacional Autónoma de México.

PUNTONI, Pedro. 2003. “O Sr. Varnhagen e o patriotismo caboclo: o indígena e o indianismo perante a historiografia brasileira”. In Brasil: Formação do Estado e da Nação, organizado por István Jancsó, 633-665. São Paulo: Editora HUCITEC.

RAPPORT, Mike. 2008. 1848. Year of Revolution. New York: Basic Books.

REIS, José Carlos. 2000, As identidades do Brasil: De Varnhagen a FHC. Rio do Janeiro:

Editora da FGV.

ROBERTS, Tim. 2002. “The United States and the European Revolutions of 1848”. In The European Revolutions of 1848 and the Americas, edited by Guy Thompson, 76-99. London: Institute of Latin American Studies.

RODRIGUES, José Honório, História da História do Brasil. 2 vols. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1988.

RODRIGUES, Thamara de Oliveira, 2017. “A Revolução Pernambucana e as disputas historiográficas: Abreu e Lima e Francisco Adolfo de Varnhagen”. História e Cultura, v. 6, n. 1 (marzo): 289-308. http://dx.doi.org/10.18223/hiscult.v6i1.1813.

ROWLAND, Robert. 2003. “Patriotismo, povo e ódio aos portugueses: notas sobre a construção da identidade nacional no Brasil independente”. In Brasil: Formação do Estado e da Nação, organizado por István Jancsó, 365-388. São Paulo: Editora HUCITEC.

SÁ, Ana Priscila de Sousa. 2017. “É preciso civlizar o Império! Varnhagen contra o ‘perigoso’ brasileirismo caboclo”. Revista de História Bilros, no. 9, vol. 5: 155-177. http://seer.uece.br/?journal=bilros&page=article&op=view&path%5B%5D=2712

SAFRANSKI, Rudiger. 2009. Romanticismo. Una odisea del espíritu alemán. México: Tusquets Editores.

SPERBER, Jonathan. 2005. The European Revolutions, 1848-1851. New York: Cambridge University Press.

THOMPSON, Guy. 2002. “Introduction”. In The European Revolutions of 1848 and the Americas, edited by Guy Thompson, 1-18. London: Institute of Latin American Studies.

VARNHAGEN, Francisco Adolfo de. 2016. Memorial Orgânico. Brasilia: Fundação Alexandre de Gusmão.

VARNHAGEN, Francisco Adolfo de. 1854-1857. História Geral do Brazil. 2 vols. Rio de Janeiro: Casa de E. e H. Laemert.

WEHLING, Arno. 1999. Estado, história e memória: Varnhagen e a construção da identidade nacional. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.

WEYLAND, Kurt. 2009. “The Diffusion of the Revolution: ‘1848’ in Europe and Latin America.” International Organization, no. 3, vol. 63 (Summer): 391-423.

WISH, Harvey. 1960. “George Bancroft and German Idealism”. In The American Historian. A Social-Intellectual History of the Writing of the American Past, Harvey Wish, 70-87. New York: Oxford University Press.

WHITE, Hayden. 2014. Metahistory. The Historical Imagination in 19th-Century Europe. Baltimore: John Hopkins University Press.

Downloads

Publicado

2022-08-06

Como Citar

Ledesma Alonso, R. (2022). Narrativas da história nacional na Primavera dos Povos global: o povo como personagem histórica nas historiografias conservadoras mexicana e brasileira em meados do século XIX. Anos 90, 29, 1–19. https://doi.org/10.22456/1983-201X.112840

Edição

Seção

História da historiografia no Brasil e em Portugal: futuro passado das histórias nacionais em um presente inquieto