O “pós-colonial” em Achille Mbembe e a renovação das narrativas históricas sobre a Modernidade: cisões e interseções entre raça, classe e gênero

Autores

  • Silviana Fernandes Mariz Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira - Unidade Acadêmica dos Palmares: Acarape, Ceará, BR
  • Francisco Thiago Rocha Vasconcelos Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira - Unilab, Ceará https://orcid.org/0000-0003-3807-3187

DOI:

https://doi.org/10.22456/1983-201X.111320

Palavras-chave:

Pós-Colonial, Achille Mbembe, Modernidade

Resumo

A proposta do presente artigo é, em primeiro lugar, descrever os eixos centrais dos estudos pós-coloniais; em segundo, analisar a proposição teórica de Achille Mbembe a respeito do "pós-colonial" em África e suas relações com a Modernidade; e, por fim, discernir as consequências gerais para a construção do conhecimento sobre a História em meio a disputas de narrativas internas e externas ao campo científico relacionadas aos temas que interseccionam raça, classe, gênero e colonialidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Francisco Thiago Rocha Vasconcelos, Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira - Unilab, Ceará

Bacharel em Ciências Sociais e Mestre em Sociologia (Universidade Federal do Ceará)

Doutor em Sociologia (Universidade de São Paulo)

Professor de Sociologia - Unilab

Referências

AGAMBEN, G. Homo sacer: o poder soberano e a vida nua. Belo Horizonte: UFMG, 2002.

AMIN, S. O desenvolvimento desigual: ensaio sobre as formações sociais do capitalismo periférico. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1976.

AMSELLE, Jean-Loup. L’Occident décroché: enquête sur les postcolonialismes. Paris: Fayard, 2010.

ANZALDUA, G. Borderlands/La Frontera – the new mestiza. San Francisco: aunt lute Books, 1987.

APPIAH, K. A. Na casa de meu pai. Rio de Janeiro, Contraponto, 1996.

______. Patriotas cosmopolitas. Rev. bras. Ci. Soc., São Paulo, v. 13, n. 36, 1998.

ARENDT, H. Origens do totalitarismo: antissemitismo, imperialismo, totalitarismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.

BAMISILE, S. A. À procura de uma ideologia afro-cêntrica: do feminismo ao afro-feminismo. Via Atlântica. São Paulo, n. 24, p. 257 – 279, 2013.

CÉSAIRE, A. Discurso sobre o colonialismo. Lisboa: Sá da Costa Editora, 1978.

CRENSHAW, K. Demarginalizing the intersection of race and sex. A black feminist critique of antidiscrimination doctrine, feminist theory and antiracist politics. University of Chicago Legal Forum. V. 1989, Issue 1, Article 8, p. 139 – 167.

_________. Mapping the margins: interseccionality, identity politics and violence against women of color. Stanford Law Review. V. 43, p. 1241 – 1299, 1991.

DAVIS, A. Mulheres, raça classe. São Paulo: Boitempo, 2016.

DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Capitalisme et schizophrénie. Paris: Editions de minuit, 1980.

FANON, F. Os condenados da terra. Juiz de Fora: UFJF, 2005.

FOUCAULT, M. Naissance de La biopolitique. Paris: Gallimard, 2004.

GILROY, P. O Atlântico Negro – modernidade e dupla consciência. Rio de Janeiro: Ed. 34/UCAM, 2002.

GUHA, R. The Prose of Counterinsurgency. Subaltern Studies II – writings on South Asian History and Society. Delhi: Oxford University Press, 1983, p. 01 – 40.

HENNING, C. Interseccionalidade e pensamento feminista: as contribuições históricas e os debates contemporâneos acerca do entrelaçamento de marcadores sociais da diferença. Mediações. V. 20, n. 2, p. 97 – 128, 2015.

KOSELLECK, R. Futuro passado: contribuição à semântica dos tempos históricos. Rio de Janeiro: Contraponto; PUC-Rio, 2006.

LATOUCHE, S. A ocidentalização do mundo: ensaio sobre a significação, o alcance e os limites da uniformização planetária. Petrópolis: Vozes, 1994.

LORDE, A. Sex, race, class and sex: women redefining difference. Copeland Colloquium/Armest College. California: Sister Outsider Crossing Press, 1984.

LUGONES, M. Colonialidad y Género. Tábula Rasa. Bogotá, n. 09, p. 73 – 101, 2008.

MACEDO, J. R. Intelectuais africanos e estudos pós-coloniais: considerações sobre Paulin Hountondji, VY Mudimbe e Achille Mbembe. OPSIS, v. 16, n. 2, p. 280-298, 2016.

MBEMBE, A. As formas africanas de auto-inscrição. Estudos afro-asiáticos, v. 23, n. 1, p. 171-209, 2001.

______. Necropolitica. Arte e Ensaios, (32), 123-151, 2016.

______. Crítica da Razão Negra. Lisboa: Antígona, 2014a.

______. Sair da grande noite. Ensaio sobre a África descolonizada. Luanda: Mulemba; Pedago, 2014b.

MOTT, L. Raízes Históricas da Homossexualidade no Atlântico Lusófono Negro. Afro Ásia. N.º 33, p. 09 – 33, 2005.

PERROT, M. Os Excluídos da História: operários, mulheres e prisioneiros. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2017.

QUIJANO, A. Colonialidad del poder, cultura y conocimiento en América. Ecuador Debate, n. 44, 1998, p. 227 – 238.

QUINTERO, P. et alli. Uma breve história dos estudos decoloniais. In: CARNEIRO, A. (Org.). MASP After all. São Paulo: MASP, p. 1-12, 2019.

ROSA, M. C. Sociologias do Sul: ensaio bibliográfico sobre limites e perspectivas de um campo emergente. Civitas, v. 14, n. 1, p. 43-65, 2014.

SAID, Ed. Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente. São Paulo: Companhia das Letras, 1990

SCHMITT, C. La dictature. Paris: Seuil, 2000

SPIVAK, G. Subaltern Studies: Deconstructing Historiography. In: _______. In Other Worlds: essays in cultural politics. New York/London: Routhledge, 1988a, p. 197 – 221.

_________. Can the subaltern speak? In: NELSON, C.; GROSSBERG, L. Marxism and the interpretation of culture. Urbana: University of Illinois Press, 1988b, p. 271 – 313.

WEIZMAN, E. The politics of verticality. Open Democracy. 25 abr. 2002.

WHITE, H. Trópicos do Discurso: ensaios sobre a crítica da cultura. São Paulo: USP, 2001.

Downloads

Publicado

2021-12-30

Como Citar

Fernandes Mariz, S. ., & Vasconcelos, F. T. R. (2021). O “pós-colonial” em Achille Mbembe e a renovação das narrativas históricas sobre a Modernidade: cisões e interseções entre raça, classe e gênero. Anos 90, 28, 1–14. https://doi.org/10.22456/1983-201X.111320

Edição

Seção

Raça, Gênero e Sexualidade: disputas de narrativas e historicidades de eixos estruturantes dos direitos humanos