O “pós-colonial” em Achille Mbembe e a renovação das narrativas históricas sobre a Modernidade: cisões e interseções entre raça, classe e gênero
DOI:
https://doi.org/10.22456/1983-201X.111320Palavras-chave:
Pós-Colonial, Achille Mbembe, ModernidadeResumo
A proposta do presente artigo é, em primeiro lugar, descrever os eixos centrais dos estudos pós-coloniais; em segundo, analisar a proposição teórica de Achille Mbembe a respeito do "pós-colonial" em África e suas relações com a Modernidade; e, por fim, discernir as consequências gerais para a construção do conhecimento sobre a História em meio a disputas de narrativas internas e externas ao campo científico relacionadas aos temas que interseccionam raça, classe, gênero e colonialidade.Downloads
Referências
AGAMBEN, G. Homo sacer: o poder soberano e a vida nua. Belo Horizonte: UFMG, 2002.
AMIN, S. O desenvolvimento desigual: ensaio sobre as formações sociais do capitalismo periférico. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1976.
AMSELLE, Jean-Loup. L’Occident décroché: enquête sur les postcolonialismes. Paris: Fayard, 2010.
ANZALDUA, G. Borderlands/La Frontera – the new mestiza. San Francisco: aunt lute Books, 1987.
APPIAH, K. A. Na casa de meu pai. Rio de Janeiro, Contraponto, 1996.
______. Patriotas cosmopolitas. Rev. bras. Ci. Soc., São Paulo, v. 13, n. 36, 1998.
ARENDT, H. Origens do totalitarismo: antissemitismo, imperialismo, totalitarismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.
BAMISILE, S. A. À procura de uma ideologia afro-cêntrica: do feminismo ao afro-feminismo. Via Atlântica. São Paulo, n. 24, p. 257 – 279, 2013.
CÉSAIRE, A. Discurso sobre o colonialismo. Lisboa: Sá da Costa Editora, 1978.
CRENSHAW, K. Demarginalizing the intersection of race and sex. A black feminist critique of antidiscrimination doctrine, feminist theory and antiracist politics. University of Chicago Legal Forum. V. 1989, Issue 1, Article 8, p. 139 – 167.
_________. Mapping the margins: interseccionality, identity politics and violence against women of color. Stanford Law Review. V. 43, p. 1241 – 1299, 1991.
DAVIS, A. Mulheres, raça classe. São Paulo: Boitempo, 2016.
DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Capitalisme et schizophrénie. Paris: Editions de minuit, 1980.
FANON, F. Os condenados da terra. Juiz de Fora: UFJF, 2005.
FOUCAULT, M. Naissance de La biopolitique. Paris: Gallimard, 2004.
GILROY, P. O Atlântico Negro – modernidade e dupla consciência. Rio de Janeiro: Ed. 34/UCAM, 2002.
GUHA, R. The Prose of Counterinsurgency. Subaltern Studies II – writings on South Asian History and Society. Delhi: Oxford University Press, 1983, p. 01 – 40.
HENNING, C. Interseccionalidade e pensamento feminista: as contribuições históricas e os debates contemporâneos acerca do entrelaçamento de marcadores sociais da diferença. Mediações. V. 20, n. 2, p. 97 – 128, 2015.
KOSELLECK, R. Futuro passado: contribuição à semântica dos tempos históricos. Rio de Janeiro: Contraponto; PUC-Rio, 2006.
LATOUCHE, S. A ocidentalização do mundo: ensaio sobre a significação, o alcance e os limites da uniformização planetária. Petrópolis: Vozes, 1994.
LORDE, A. Sex, race, class and sex: women redefining difference. Copeland Colloquium/Armest College. California: Sister Outsider Crossing Press, 1984.
LUGONES, M. Colonialidad y Género. Tábula Rasa. Bogotá, n. 09, p. 73 – 101, 2008.
MACEDO, J. R. Intelectuais africanos e estudos pós-coloniais: considerações sobre Paulin Hountondji, VY Mudimbe e Achille Mbembe. OPSIS, v. 16, n. 2, p. 280-298, 2016.
MBEMBE, A. As formas africanas de auto-inscrição. Estudos afro-asiáticos, v. 23, n. 1, p. 171-209, 2001.
______. Necropolitica. Arte e Ensaios, (32), 123-151, 2016.
______. Crítica da Razão Negra. Lisboa: Antígona, 2014a.
______. Sair da grande noite. Ensaio sobre a África descolonizada. Luanda: Mulemba; Pedago, 2014b.
MOTT, L. Raízes Históricas da Homossexualidade no Atlântico Lusófono Negro. Afro Ásia. N.º 33, p. 09 – 33, 2005.
PERROT, M. Os Excluídos da História: operários, mulheres e prisioneiros. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2017.
QUIJANO, A. Colonialidad del poder, cultura y conocimiento en América. Ecuador Debate, n. 44, 1998, p. 227 – 238.
QUINTERO, P. et alli. Uma breve história dos estudos decoloniais. In: CARNEIRO, A. (Org.). MASP After all. São Paulo: MASP, p. 1-12, 2019.
ROSA, M. C. Sociologias do Sul: ensaio bibliográfico sobre limites e perspectivas de um campo emergente. Civitas, v. 14, n. 1, p. 43-65, 2014.
SAID, Ed. Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente. São Paulo: Companhia das Letras, 1990
SCHMITT, C. La dictature. Paris: Seuil, 2000
SPIVAK, G. Subaltern Studies: Deconstructing Historiography. In: _______. In Other Worlds: essays in cultural politics. New York/London: Routhledge, 1988a, p. 197 – 221.
_________. Can the subaltern speak? In: NELSON, C.; GROSSBERG, L. Marxism and the interpretation of culture. Urbana: University of Illinois Press, 1988b, p. 271 – 313.
WEIZMAN, E. The politics of verticality. Open Democracy. 25 abr. 2002.
WHITE, H. Trópicos do Discurso: ensaios sobre a crítica da cultura. São Paulo: USP, 2001.