"No Brasil, mexem com as Forças Armadas, mas não mexem com os meios de comunicação”
Entrevista com Adriano Diogo, presidente da Comissão da Verdade de São Paulo Rubens Paiva
Resumo
A presente entrevista é fruto de uma interlocução que se estabelece a partir do início das investigações sobre a responsabilidade de empresas por violações de direitos durante a ditadura civil-militar brasileira (1964-1985) no âmbito do Centro de Antropologia e Arqueologia Forense da Universidade Federal de São Paulo (Caaf/Unifesp), com apoio do Ministério Público Federal. Tal projeto é voltado para a pesquisa a respeito de dez empresas que conservam indícios de estreita colaboração e cumplicidade com os órgãos repressivos, dentre elas o grupo Folha de S. Paulo, objeto específico de nosso trabalho. Adriano Diogo, paulistano nascido em 1949 no bairro da Mooca, é geólogo sanitarista formado pela Universidade de São Paulo. Em sua trajetória, atravessada pelo compromisso político iniciado nos anos em que atuou junto ao movimento estudantil, acumula cargos e funções como vereador (eleito quatro vezes), deputado estadual (por três mandatos) e secretário municipal do Meio Ambiente de São Paulo (2001-2005). Foi como deputado que idealizou e presidiu a Comissão da Verdade de São Paulo Rubens Paiva. Sobre este processo, como é possível verificar em sua entrevista, apresenta um diagnóstico corajoso a respeito de avanços, limitações transcendidas e obstáculos. Adriano Diogo destaca, ainda, as relações de parceria e cumplicidade com pessoas que permanecem implicadas com a responsabilização do Estado brasileiro, bem como dos patrocinadores empresariais das violências perpetradas e que, em dada medida, ainda permanecem blindados diante da justiça e da opinião pública.
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