ST 6. Narrativas, testemunhos e outros discursos
Resumo
Como nos fala Paul Ricoeur, contamos histórias porque as vidas humanas têm necessidade e merecem ser contadas. Contamos, além do mais, porque construímos a nós mesmos na constante interação entre linguagem e mundo. As narrativas configuram e refiguram nossas temporalidades, nossa constituição fragmentária; convocam o outro e nos convidam à alteridade. A escrita, além de comunicar, também experiencia, denuncia, sepulta, perpetua, salva o que quer ser lembrado da corrosividade do tempo – e assim se apresenta enquanto médium e metáfora da memória. Para além de um externalizar, as narrativas também surgem enquanto possibilidade, tensão entre semelhança e diferença: nascem as ficções para sanar vontades, viver outras vidas, tomar o mundo e transformá-lo em “como-se”; partir da realidade para transgredi-la. E por estar presente na base das experiências humanas, o narrar interessa à História enquanto discurso que, sempre localizado temporalmente em um presente, é dotado de historicidade. Este simpósio temático procura reunir pesquisadoras e pesquisadores que tematizem em seu fazer historiográfico as variadas modalidades discursivas, contemplando autobiografias, testemunhos, ficções e demais gêneros literários como romances, contos e poemas. Ou ainda, que investiguem a relação entre História e Literatura, documento e ficção, narrativas testemunhais e seus limites, o narrar e a memória e problematize suas metodologias de análise.
Coordenadoras:
Débora Faccin (Mestranda PPGH-UFRGS)
Júlia Bolognini Klassmann (Mestranda PPGH-UFRGS)
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