Geologia estrutural aplicada à mineração subterrânea de carvão em Araranguá (SC, Brasil)
DOI:
https://doi.org/10.22456/1807-9806.85644Palavras-chave:
Bacia do Paraná, Formação Rio Bonito, Geologia Estrutural, Lavra, Deformação rúptilResumo
A mineração subterrânea na região carbonífera de Santa Catarina possui forte controle estrutural. A área de pesquisa da Mina D situa-se na porção NE do município de Araranguá. Este trabalho apresenta uma estimativa do arcabouço estrutural das rochas sedimentares e da camada de carvão Barro Branco na área de pesquisa através da avaliação integrada de imagens de satélite e dados de 100 furos de sondagem. As principais direções dos lineamentos identificadas nas imagens de satélite são N30º-60ºW, N60º-80ºE e N30º-60ºE. O mapa de contorno estrutural da camada de carvão e as seções geológicas mostram que a área é afetada por falhas de direção N30°-60°W, N50°-70°E, N10°-20°W e E-W. As falhas de direção NE apresentam extensão regional e exercem significativa influência no arranjo estrutural da área. Nesses casos os rejeitos são expressivos (>100 m) e inviabilizam a recuperação econômica do carvão em algumas porções da área. A orientação das galerias deve ser de modo paralelo a estas falhas nas suas proximidades. As falhas de direção NW são as mais frequentes e possuem extensão e rejeitos menores (<30 m). O planejamento da lavra deve considerar esse sistema de falhas, evitando o cruzamento das mesmas. Falhas de direção N-S foram identificadas na área e apresentam rejeitos expressivos (>70 m). Ocorrem ainda falhas inversas associadas ao soerguimento ocasionado por intrusões de diabásio. Próximo a estas áreas podem ocorrer zonas de acúmulo de tensões, geralmente associadas a problemas de instabilidade de teto e levantamento de piso. A metodologia aplicada demonstrou ser eficiente na estimativa das estruturas tectônicas e na avaliação preliminar da sua influência na mineração subterrânea de carvão.