Ocupação da terra e qualidade da água na periferia da Região Metropolitana de Porto Alegre, RS: o caso da Barragem Mãe d'Água

Autores

  • Nina Simone Vilaverde MOURA Departamento de Geografia/ Instituto de Geociências/ Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Luís Alberto BASSO Departamento de Geografia/ Instituto de Geociências/ Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.22456/1807-9806.22662

Palavras-chave:

evolução do uso da terra, qualidade de água, geomorfologia urbana.

Resumo

Esse trabalho consiste em uma análise do processo de evolução da cobertura vegetal e do uso da terra e suas consequências sobre a qualidade das águas superficiais da área referente à sub-bacia hidrográfica da barragem Mãe d'Água bacia hidrográfica do arroio Dilúvio, Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA), Rio Grande do Sul. Para atingir esse objetivo principal foi necessário desenvolver alguns objetivos específicos, que são: analisar o processo de ocupação da área de estudo no contexto da RMPA; caracterizar os elementos do meio físico da área da bacia hidrográfica e suas alterações antrópicas; elaborar o mapeamento do uso e da ocupação da terra da bacia hidrográfica e, por último, analisar os impactos da urbanização sobre a qualidade das águas superficiais. O estudo é baseado em revisão bibliográfica e cartográfica sobre os mais importantes elementos indicadores do tipo de ocupação e das condições ambientais da área de estudo ao longo do seu processo de ocupação, bem como em trabalhos de campo com o objetivo de observar os elementos identificados e coletar amostras de água para análise em laboratório de parâmetros de qualidade de água (temperatura, pH, condutividade elétrica, oxigênio dissolvido, sólidos em suspensão totais e coliformes fecais). Como resultado, constatou-se que as principais formas de relevo da área são morros, colinas e planícies e que, a ocupação urbana, ocorreu inicialmente nas áreas colinosas e, mais recentemente, a partir de significativas alterações na morfologia original, estende-se pelas planícies e setores de alta declividade dos morros, intensificando processos erosivos e deposicionais. Já as águas superficiais têm qualidade ruim para a maioria dos usos da água. Isso decorre do lançamento de esgotos domésticos não tratados nos arroios que desembocam na barragem. Várias amostras coletadas apresentaram concentrações de oxigênio dissolvido que foram classificadas como Classe 4, segundo a Resolução 357/2005 do CONAMA: valores entre 2,0 mg L-1 e 4,0 mg L-1 e em outras ocasiões, inclusive, fora dos padrões estabelecidos para esta classe, ou seja, concen- trações de OD abaixo de 2,0 mg L-1, o que torna os arroios literalmente “mortos”. O processo de evolução da cobertura vegetal e do uso da terra expressou as relações socioeconômicas do território, revelando a apropriação da natureza pela sociedade e alterando significativamente a qualidade ambiental da área, em especial, dos recursos hídricos.

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Publicado

2010-12-31

Como Citar

MOURA, N. S. V., & BASSO, L. A. (2010). Ocupação da terra e qualidade da água na periferia da Região Metropolitana de Porto Alegre, RS: o caso da Barragem Mãe d’Água. Pesquisas Em Geociências, 37(3), 227–241. https://doi.org/10.22456/1807-9806.22662