Influência da Macromaré em Praias da Ilha de Algodoal (Costa Atlântica Paraense - Amazônia Oriental/Brasil)

Autores

  • Paulo Victor Magno Silva Universidade Federal do Pará - UFPA https://orcid.org/0000-0002-9616-4469
  • Maamar EL-Robrini Universidade Federal do Pará - UFPA

DOI:

https://doi.org/10.22456/1807-9806.140788

Palavras-chave:

morfo-sedimentação, prisma praial, macromaré, Costa Equatorial

Resumo

Este artigo analisa a morfodinâmica e os processos de acreção e erosão das praias insulares da Princesa e de Fortalezinha. A metodologia foi baseada em dados topográficos, amostragem de sedimentos superficiais e oceanográficos da face praial (outubro/2012 - período seco e março/2013 - chuvosa). As praias exibiram baixa declividade (< 2°) na estação seca, características de praias intermediárias, Ω entre 4,322 e 4,579 na praia da Princesa e de Ω 4,074 a 4,668 na praia de Fortalezinha. No período chuvoso, foram caracterizadas como dissipativas 5,088 a 6,763 e 5,790 a 6,174, respectivamente. Os ventos têm direção preferida de E nas estações secas (6,4-7,3 m/s) e NE na chuvosa (4,6-5,2 m/s). O regime de macromaré é semi-diurno (2,7 a 5,6 m), com ondas (0,66 a 0,82 m) dominantes do tipo deslizante de baixo período, e direção NE. A corrente de deriva litorânea tem direção preferencial de NW, com variações durante o ciclo de maré. Estas praias são influenciadas pelas drenagens adjacentes (rios e canais de maré). No período chuvoso, o índice de chuvas nas cabeceiras dos rios eleva a vazão dos rios Marapanim e Maracanã e influencia a elevação na exportação de sedimentos continentais (silte e argila) para a região costeira, sendo incorporados à deriva litorânea e depositados nas praias nos momentos de baixa energia.

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Publicado

2025-08-01

Como Citar

Magno Silva, P. V., & EL-Robrini, M. (2025). Influência da Macromaré em Praias da Ilha de Algodoal (Costa Atlântica Paraense - Amazônia Oriental/Brasil). Pesquisas Em Geociências, 52(2), e140788. https://doi.org/10.22456/1807-9806.140788