Análise ambiental integrada das nascentes de Crato – CE: fundamentos para o desenvolvimento sustentável

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22456/1807-9806.123641

Palavras-chave:

Hidrogeomorfologia, Sistemas Ambientais, Zoneamentos ambientais, Crato, Semiárido

Resumo

As nascentes d´água são entendidas como subsistemas hidrogeomorfológicos e hidrogeológicos. No município de Crato/CE, sul do estado do Ceará, estas destacam parte da condição de exceção hidroclimática regional ao contexto semiárido nordestino, mas que, devido à ausência de estudos que façam diagnósticos de sua dinâmica de forma integrada, elas vêm se tornando alvo da degradação causada pelo crescimento urbano da cidade-sede do município. Dessa forma, o objetivo desse manuscrito baseia-se em discutir a aplicação da análise ambiental integrada nas nascentes localizadas em Crato/CE, a partir dos zoneamentos ambientais, visando sua conservação. Metodologicamente, o trabalho foi elaborado mediante levantamento bibliográfico e documental, mapeamento com imagens de satélite e análise, comparação e discussão dos dados apurados. Como repostas observou-se que, embora as nascentes sejam elementos importantes no contexto geoambiental municipal, políticas públicas que abordem estudos detalhados para estas ainda são escassas, no entanto, os zoneamentos geoambientais se sobressaem como um instrumento que pode realizar diagnósticos de maneira integrada, subsidiando melhorias de planos diretores municipais, como é o caso do que se apresenta nas nascentes de Crato.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marcelo Martins de Moura Fé, Departamento de Geociências da Universidade Regional do Cariri

Professor do Departamento de Geociências da URCA (DEGEO/URCA). Pós-Doutorando em Geografia (ProPGeo/UECE). Professor permanente do Proder (UFCA). Professor permanente do Programa de pós-graduação em Geografia – Geoceres (UFRN). Coordenador do NIGEP (CNPq).

Celme Torres Ferreira da Costa, Universidade Federal do Cariri (UFCA)

Professora Associada da Universidade Federal do Cariri (UFCA). Doutora em Engenharia Civil/Recursos Hídricos. Professora permanente do Proder (UFCA).

Referências

Amorim, R.R. 2021. Um novo olhar na Geografia para os conceitos e aplicações de Geossistemas, sistemas antrópicos e sistemas ambientais. Caminhos de Geografia, 13(41): 80-101.

A’B Sáber, A.N. 2003. Os domínios de natureza do Brasil: potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editorial, 81-98.

A’b Sáber, A.N. 1999. Dossiê Nordeste seco. São Paulo: Estudos Avançados (online), (13)36.

Bastos, F.H.; Cordeiro, A.M.N.; Silva, E.V. 2017. Aspectos geoambientais e contribuições para estratégias e planejamento ambiental da serra de Baturité/CE. Revista da Anpege, 13(21), 163-198.

Bertrand, G. 2004. Paisagem e Geografia Física Global. Esboço Metodológico. São Paulo: Caderno de Ciências da Terra, Universidade de São Paulo, 13.

BRASIL. República Federativa. 1981. Lei nº 6.938 de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências (PNMA – BRASIL), Brasília.

BRASIL, República federativa. 1934. Decreto nº 24.643, de 10 de julho de 1934. Decreta o Código das Águas. Brasília/DF: Câmara dos Deputados. Disponível em: <https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1930-1939/decreto-24643-10-julho-1934-498122-normaatualizada-pe.html>. Acesso em: 29 set. 2020.

BRASIL, República Federativa. 2012. Lei nº 12.651 de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa. Institui o novo Código Florestal Brasileiro. Brasília/DF: Diário Oficial da União, 28 de maio de 2012.

BRASIL, República Federativa. 2008. Estatuto da Cidade - Lei nº 10.257 de 10 de julho de 2001. Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências. Brasília/DF: Senado Federal.

BRASIL, República Federativa. 1981. Decreto nº 4.297, de 10 de julho de 2002. Regulamenta o art. 9o, inciso II, da Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981, estabelecendo critérios para o Zoneamento Ecológico-Econômico do Brasil - ZEE, e dá outras providências. Brasília/DF: Casa Civil, 2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/d4297.htm>. Acesso em: 23 out. 2021.

BRASIL, República Federativa. 2002. Decreto nº 6.288, de 06 de dezembro de 2007. Dá nova redação ao art. 6o e acresce os arts. 6-A, 6-B, 6-C, 13-A e 21-A ao Decreto no 4.297, de 10 de julho de 2002. Brasília/DF: Casa Civil, 2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Decreto/D6288.htm#art2>. Acesso em: 23 out. 2021.

BRASIL, Ministério do Meio Ambiente. 2002. Resolução CONAMA nº 303/2002. Dispõe sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente. Brasília: Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA.

Bruins, H.J., Sherzer, Z., Ginat, H. & Batarseh S. 2012 Degradation of Headwaters in the Arava Valley: anthropogenic and Climatic factors. Land Degradation & Development, 23(4): 365-383.

Camacho, C.R. 2016. A influência da estruturação geológica sobre o fluxo das águas subterrâneas no Vale do Cariri – Bacia Sedimentar do Araripe - Ceará – Brasil. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará (Dissertação de mestrado), 19 – 33.

Calheiros, R.O., Tabai, F.C.V., Bosquilia, S.V. & Calamari, M. 2009. Cadernos da mata ciliar – preservação e recuperação de água e vida. São Paulo: Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Departamento de Proteção da Biodiversidade, 2(1), 2009. Disponível em:

Castro, M.S., Oliveira, A.A. & Pereira, W.E.N. 2013. Panorama e dinâmica recente da economia da Região Metropolitana do Cariri – RMC. Revista de Economia Regional, Urbana e do Trabalho, 2(1): 47-58.

CEARÁ, Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos. 2020. Planilha de informações gerais e específicas das fontes da Bacia do Araripe. Crato, Ceará.

Chorley, R.J. 1962. Geomorphology and general system theory. Washington: USGS.

Christofoletti, A. 1979. Análise de sistemas em Geografia. São Paulo: Hucitec, Ed. da Universidade de São Paulo.

Christofoletti, A. 1990. Aplicação da abordagem em sistemas na Geografia física. Revista Brasileira de Geografia, 52(2): 21-35.

Christofoletti, A. 1999. Modelagem de sistemas ambientais. São Paulo: Blucher.

Coelho Neto, A.N. 2018. Hidrologia de encosta na interface com a Geomorfologia. In: Guerra, A.J.T. & Cunha, S.B. (Eds.). Geomorfologia: uma atualização de bases e conceitos. Rio de Janeiro: Bertrand. 14, p. 93-149.

CRATO, Governo Municipal. 2005. Lei nº 2.279/2005. Que dispõe sobre o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, PDDU, do município do Crato e dá outras providências. Prefeitura Municipal de Crato: Gabinete do Prefeito.

Dal’asta, A.P. 2009. Elaboração de um zoneamento geoambiental para o perímetro urbano de Santa Maria – RS (Dissertação de mestrado). Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria, p. 16-41.

Dias, R.L. & Perez-Filho, A. 2017. Novas considerações sobre geossistemas e organizações espaciais em geografia. Sociedade & Natureza, 29(3): 1-15.

Feitosa, L.C.M. 2017. Adequação metodológica para avaliação do potencial de conservação de nascentes rurais (tese). Recife: Universidade Federal de Pernambuco.

Felippe, M.F. 2009. Caracterização e tipologia de nascentes em unidades de conservação de Belo Horizonte - MG com base nas variáveis geológicas, hidrológicas e ambientais (dissertação). Minas Gerais: Universidade Federal de Minas Gerais.

Felippe, M.F. 2013. Gênese e dinâmica de nascentes: contribuição da investigação hidrogeomorfológica em região tropical (tese). Belo Horizonte: Universidade Federal de Minhas Gerais.

Felippe, M.F. & Magalhães Jr., A.P. 2013. Conflitos conceituais sobre nascentes de cursos d’agua e propostas de especialistas. Geografias, 9(1): 70-81.

Felippe, M.F. & Magalhães Jr, A.P. 2020. O estudo hidrogeomorfológico de nascentes. In: Magalhães Jr., A.P. & Barros, L.F.P. (Org.). Hidrogeomorfologia. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, p. 103-120.

Ferreira, R.A.; Aguiar Netto, A.O.; Santos, T.I.S., Santos, B.L. & Matos, E.L. de. 2011. Nascentes da sub-bacia hidrográfica do rio Poxim, estado de Sergipe: da degradação à restauração. Revista Árvore, 35(2): 265-277.

França Júnior, P. & Vila, M.E.C.D. 2013. Análise macroscópica nas cabeceiras de drenagem de Umuarama, região noroeste – Paraná/Brasil. Geografia Ensino e Pesquisa, 17(1): 107-117.

Gil, A.C. 2002. Como elaborar um projeto de pesquisa. São Paulo: Atlas, 4 Ed.

Guerra, A.T. & Guerra, J.A.T. 2008. Novo dicionário Geológico-Geomorfológico. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 6 Ed.

Haigh, M.J. 1985. Geography and General System Theory, philosophical homologies and current practice. Geoforum, 16(2): 191-203.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística/Cidades. 2020. Estimativa População. Rio de Janeiro. IBGE.

Ivanov, M.A.; Yrmolaev, O.P. & Usmanov, B.M. 2016. Integrated approach to environmental impact assessment on geosystems. International Journal of Pharmacy & Technology, 8(4): 24135-24160.

Lima, W.P. 2008 Hidrologia florestal aplicada ao manejo de bacia hidrográficas. Piracicaba: Universidade de São Paulo, 2ed., p. 46-62.

Lima, F.J. 2015. Evolução geomorfológica e reconstrução paleoambiental do setor subúmido do Planalto Sedimentar do Araripe: um estudo a partir dos depósitos coluviais localizados nos municípios de Crato e Barbalha – Ceará. (Tese de doutorado em Geografia) Universidade Federal de Pernambuco, p. 17-45.

Lima, F.J.; Cestaro, L. A. & Araujo, P. C. 2010. Sistemas geoambientais do município de Crato/CE. Mercator, 9(19): 129-142.

Magalhães, G.B.; Silva, E.V. & Zanella, M.E. Análise geossitêmica: um caminho para o entendimento holístico. Rio de Janeiro: Revista da Pós-Graduação em Geografia da PUC-Rio, v. 3, n. 5, p. 1-17, 2010.

Marques Neto, R. 2008. A abordagem sistêmica e os estudos geomorfológicos: algumas interpretações e possibilidades de aplicação. Geografia, 17(2): 67-87.

Mendonça, F. 2020. Geografia Física: ciência humana? São Paulo: Contexto, Ed. 8.

Moura-Fé, M.M. 2018. As Serras Úmidas na Ocupação do Território Cearense. Revista da Casa da Geografia de Sobral, 20(2): 19-29.

Moura-Fé, M.M. 2014. A análise ambiental integrada e sua construção teorética na Geografia Física. Okara: Geografia em Debate, 2(2): 294-307.

Moura-Fé, M.M., Silva, M.J.A., Dias, V.P., Monteiro, D.A., Moura Silva, J.H. & Rodrigues, R.M. 2019. Região Metropolitana do Cariri (RMC), Ceará: Meio ambiente e sustentabilidade. Revista Casa da Geografia de Sobral, 21(2): 1198-1216.

Nascimento, F.R. & Sampaio, J.L. 2005. Geografia Física, geossistemas e estudos integrados da paisagem. Revista da Casa da Geografia de Sobral, 6/7(1): 167-179.

Nascimento, A.F., Silva, M.S.L., Marques, F.A., Oliveira Neto, M.B., Parahyba, R.B.V. & Amaral, A.J. 2015. Caracterização geoambiental em áreas de barragens subterrâneas no Semiárido brasileiro. Rio de Janeiro, RJ: Embrapa Solos; Recife, PE: Embrapa Solos; UEP Recife, 22p.

Nunes, E.M. & Castilho, C.J.M. 2017. Perspectivas de governança ambiental em áreas de nascentes no Estado da Paraíba-Brasil: rumo à sustentabilidade? Revista Brasileira de Geografia Física, 10(2): 428-440.

Oliveira, G. 2019. Geoecologia e geodiversidade: uma aplicação da análise integrada da paisagem como subsídio à gestão de áreas protegidas. Caminhos de Geografia, 20(72): 402-421.

Oliveira, M.X. 2018. Análise geoambiental: discussões sobre conceitos e metodologias aplicadas (Tese de doutorado). Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, p. 35-104.

Peulvast, G.P., Bétard, F. & Magalhães, A.O. 2011. Morphologie des escarpements et identification de grands mouvements de masse dans les plateaux tropicaux: la partie orientale du bassin Araripe (Ceará, Brésil). Géomorphologie: relief, processus, environnement, 1: 33-52.

Pereira, L.C. 2012. Uso e conservação de nascentes em assentamentos rurais (dissertação). Recife: Universidade Federal de Pernambuco.

Pinheiro, I. 2010. Efemérides do Cariri. Série Memória (Coedição Secult/Edições Urca). Fac-símile da edição de 1963, publicada pela Imprensa Universitária do Ceará (Fortaleza-Ceará). Fortaleza: Edições UFC, 570 p.

Queiroz, M.L. 2013 Nascentes, veredas e áreas úmidas - revisão conceitual e metodologia de caracterização e determinação: estudo de caso na estação ecológica de águas emendadas - Distrito Federal. (dissertação). Universidade de Brasília.

Rocha, G.A. 2013. Águas subterrâneas. In: Telles, D.D. (org.). Ciclo ambiental da água. São Paulo: Blucher, p. 120-142.

Rebouças, A.C. 2013. Águas Subterrâneas. In: Gaimpá, C.E.Q. & Gonçales, V.G. (Eds.). Águas subterrâneas e poços tubulares. São Paulo: Oficina de Textos, 2ed., p. 17-56.

Santos, N.A., Oliveira-Júnior, I. & Borges, E.F. 2021. Análise integrada da paisagem: subsídio para o zoneamento ambiental em Canudos – BA. Caderno Prudentino de Geografia, 2(43): 178-200.

Sabiá, R.J. & Frichkorn, H. 2004. Gestão das fontes da chapada do Araripe: descaso ou incompetência. Florianópolis: Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia em Resíduo e Desenvolvimento Sustentável, p. 1306-1314.

Silva, J.S.V. & Santos. 2004. R.F. Zoneamento para o planejamento ambiental: vantagens e restrições de métodos e técnicas. Cadernos de Ciência & Tecnologia, 21(2): 221-263.

Silva, C.A. 2009. Análise sistêmica, planejamento ambiental e zoneamento ambiental, reflexões e aplicabilidade no turismo. Viçosa: UFV-CCHLA-Dep. Geografia-Lab de Geografia Fisica Aplicada, p. 1-19.

Soares, G.C.S.S. 2016. Cadeia casual de degradação de nascentes na bacia hidrográfica do rio Gramame – Paraíba (Dissertação). João Pessoa: Universidade Federal da Paraíba, p. 2-42.

Soares, J.C.O.; Souza, C.A. & Pierangeli, M.A. 2010. Nascentes da sub-bacia hidrográfica do córrego Caeté/MT: estudo do uso, topografia e solo como subsídio para gestão. Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional, 6(1): 22-51.

Souza, M.J.N. & Oliveira, V.P.V. N. 2006. Os enclaves úmidos e sub-úmidos do semi-árido do nordeste brasileiro. Mercator, 5(9): 85-102.

Sotchava, V.B. 1978. Por uma teoria de classificação dos geossistemas de vida terrestre. Biogeografia. São Paulo, n. 14, 24 p.

Ross, J.L.S. 2006. Ecogeografia do Brasil: subsídios para o planejamento ambiental. São Paulo: Oficina de Textos.

Ross, J.L.S. 2011. Análise e sínteses da abordagem geográfica da pesquisa para o planejamento ambiental. Revista do Departamento de Geografia, 9: 65-75.

Vale, C.O. 2012. Teoria Geral do Sistema: histórico e correlações com a Geografia e com o estudo da paisagem. Entre-Lugar, 3(6): 85-108.

Valente, O.F. & Gomes, M.A. 2005. Conservação de nascentes - hidrologia e manejo de bacias hidrográficas de cabeceiras. Viçosa – MG: Aprenda Fácil.

Troppmair, H. & Galina, M.H. 2006. Geossistemas (Geosystems). Mercator, 5(10): 79-90.

Downloads

Publicado

2023-02-22

Como Citar

Silva, J. V. M. da, Moura Fé, M. M. de, & Costa, C. T. F. da . (2023). Análise ambiental integrada das nascentes de Crato – CE: fundamentos para o desenvolvimento sustentável. Pesquisas Em Geociências, 49(3), e123641. https://doi.org/10.22456/1807-9806.123641