Mapeamento geomorfológico da zona costeira sul de Sergipe

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22456/1807-9806.107654

Palavras-chave:

unidades geomorfológicas, sensoriamento remoto, modelo digital de terreno.

Resumo

O mapa geomorfológico constitui um inventário dos aspectos dos substratos e dos processos. Os objetivos deste trabalho foram refinar o mapeamento geomorfológico já existente e produzir um novo mapa geomorfológico da zona costeira do sul do Estado de Sergipe utilizando técnicas de sensoriamento remoto. A metodologia incluiu processamento digital de imagens, modelo digital de terreno, trabalho de campo, análise granulométrica e estatística dos sedimentos e, confecção do mapa geomorfológico. A zona costeira do sul de Sergipe apresenta duas unidades geomorfológicas: tabuleiros costeiros e planície costeira, que estão em contato entre si por falésias inativas. A planície costeira foi dividida em sete subunidades: terraços marinhos internos, paleodunas, terras úmidas/lagoas, terraços marinhos externos, planícies de maré/manguezais, dunas atuais/interdunas e praias. As unidades/subunidades apresentaram uma resposta espectral distinta, principalmente em relação à cor e ao relevo (textura), no processamento digital de imagens e no modelo digital de terreno. No processamento digital de imagens foi possível estabelecer as diferenças entre: tipos de vegetação; substrato arenoso exposto devido ao comportamento espectral das areias quartzosas; “água limpa” e “água com sedimento em suspensão” e; alinhamentos e truncamentos dos cordões litorâneos. O modelo digital de terreno destacou as unidades/subunidades com diferenças topográficas, como tabuleiros costeiros, paleodunas e dunas atuais. Este trabalho ressaltou a importância do sensoriamento remoto para o aprimoramento do mapeamento geomorfológico de zonas costeiras.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Laisa Peixoto Ramos, Universidade Federal de Sergipe

Geologia marinha, geociências, sedimentologia, sensoriamento remoto

Ana Claudia da Silva Andrade, Universidade Federal de Sergipe

Geologia marinha, geociências, sedimentologia, sensoriamento remoto

Paulo Sérgio de Rezende Nascimento, Universidade Federal de Sergipe

Geologia marinha, geociências, sedimentologia, sensoriamento remoto

João Paulo da Silva Santos, Universidade Federal de Sergipe

Geologia marinha, geociências, sedimentologia, sensoriamento remoto

Referências

Albino, J., Coelho, A.L.N., Muehe, D., Klum-oliveira, L. & Dias, F.C. 2020. Mapeamento dos terraços de abrasão ao longo do Espírito Santo com o uso de sensoriamento remoto. Revista Brasileira de Geomorfologia, 21(1): 33-44.

Andrade, A.C.S. & Dominguez, J.M.L. 2002. Informações geológico-geomorfológicas como subsídios à análise ambiental: o exemplo da planície de Caravelas-Bahia. Boletim Paranaense de Geociências. 51:9-17.

Andrade, A.C.S. & Dominguez, J.M.L. 2008. O fenômeno de erosão costeira na região de Caravelas, Bahia. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 43., 2006, Aracaju. Coletânea de Trabalhos Completos...Salvador, SBG, p. 241-244.

Barbosa, L.M. & Dominguez, J.M.L. 2004. Coastal dune fields at the São Francisco river strandplain, northeastern Brazil: morphology and environmental controls. Earth Surface Processes and Landforms, 29(4): 443-456.

Bispo, M.P., James, L.A., Shroder Jr, J.F. & Walsh, S.J. 2012. Geospatial technologies and digital geomorphological mapping: concepts, issues and research. Geomorphology, 137(1): 5-26.

Bittencourt, A.C.S.P., Martin, L., Dominguez, J.M.L. & Ferreira, Y.A. 1983. Evolução paleogeográfica quaternária da costa do Estado de Sergipe e da costa sul do Estado de Alagoas. Revista Brasileira de Geociências, 13(2): 93-97.

Blaszczynski, J.S. 1997. Landform characterization with geographic information systems. Photogrammetric Engineerin and Remote Sensing, 63(2): 183-191.

Boori, M.S. 2010. Coastal Vulnerability, adaptation and risk assessment due to environmental change in Apodi-Mossoro estuary, Northeast Brazil. International Journal of Geomatics and Geosciences, 1(3): 620-638.

Braz, A.M., Xavier, F.V. & Garcia, P.H.M. 2018. Análise da diferença entre dados altimétricos em uma bacia hidrográfica através da comparação entre modelos digitais de elevação. Ateliê Geográfico, 12(1): 71-96.

Brückner, H. & Schellman, G. 2003. Late Pleistocene and Holocene shorelines of Andreéeland, Spitsbergen (Svalbard) – geomorphological evidence and palaeo-oceanographic significance. Journal of Coastal Research, 19(4): 971-982.

Bruun, P. 1962. Sea-Level Rise as a Cause of Shore Erosion. American Society of Civil Engineers Journal of the Waterways and Harbours Division. 88(1): 117-132.

Câmara, G., Souza, R.C.M., Freitas, U.M. & Garrido, J.C.P. 1996. SPRING: integrating remote sensing and GIS with object-oriented data modelling. Computer and Graphics, 15(6): 13-22.

Camargo, M.G. 2006. Sysgran: um sistema de código aberto para análises granulométricas dos sedimentos. Revista Brasileira de Geociências, 36(2): 371-378.

CPSE. Capitania dos Portos de Sergipe., Marinha do Brasil. 2019. Disponível em: . Acesso em: 13 de fev. 2019.

Cunha, F.M.B.C. 1980. Aspectos morfológicos da costa de Sergipe ao sul de Aracaju. Biblioteca de Pesquisas Tecnológicas, 2(23): 73-80.

CLIMATE-DATA.ORG. Dados Climáticos para cidades mundiais, Sergipe, Aracaju. 2019. Disponível em: < https://pt.climate-data.org/america-do-sul/brasil/sergipe/aracaju-2192/>. Acesso em: 10 de jan. de 2019.

Dominguez, J.M.L., Bittencourt, A.C.S.P. & Martin, L. 1992. Controls on quaternary evolution of the east-northeastern coast of Brazil: roles of sea-level history, trade winds and climate. Sedimentary Geology, 80(3-4): 213 - 232.

Dominguez, J.M.L. 2006. The coastal zone of Brazil: an overview. Journal of Coastal Research, SI 39: 16-20.

Dominguez, J.M.L., Andrade, A.C.S., Almeida, A.B. & Bittencourt, A.C.S.P. 2009. The holocene barrier strandplains of the State of Bahia. In: Dillenburg, S.R. & Hesp, P.A. (Eds.). Geology and Geomorphology of Holocene Coastal Barriers of Brazil. Berlin, Springer-Verlag, p. 253 - 288.

Dominguez, J.M.L., Bittencourt, A.C.S.P., Santos, A.N. & Nascimento, L. 2016. The sandy beaches of the states of Sergipe-Alagoas. In: Short, A.D. & Klein, A.H.F. (Eds.). Brazilian Beach Systems. Switzerland, Springer-Verlag, p. 281-306.

EPA. Environmental Protection Agency. 1979. Environmental assessment of construction grants projects. Washington D.C, EPA, 74p.

ENGESAT. 2020. Soluções em imagens de satélite e geoprocessamento. Disponível em: <http://www.engesat.com.br/imagem-de-satelite/landsat-8/>. Acesso em: 04 mar. 2020.

Farr, T.C. & Kobrick, M. 2000. Shuttle Radar Topography Mission produces a wealth of data. Eos, 81(48): 583-585.

Florenzano, T. G. 2002. Imagens de satélites para estudos ambientais. São Paulo, Oficina de Textos, 97p.

Freitas, M.A.P. 2011. Zona costeira e meio ambiente: aspectos jurídicos. Curitiba, Juruá, 232p.

Folk, R.L. & Ward, W.C. 1957. Brazos river bar: a study in the significance of grain size parameters. Journal of Sedimentary Petrology, 27(3): 3-26.

Hongyu, K., Sandanielo, V.L.M. & Junior, G.J.O. 2015. Análise de componentes principais: resumo teórico, aplicação e interpretação. Engineering and Science, 5(1): 83-90.

Hugenholtz, C.H., Levin, N., Barchyn, T.E. & Baddock, M.C. 2012. Remote sensing and spatial analysis of aeolian sand dunes: A review and outlook. Earth-Science Reviews, 111(3-4): 319-334.

IPCC. Intergovernmental Panel on Climate Change. 2018. Climate change 2018: the physical science basis, contribution of working group to the Fourth Assessment Report of the Intergovernmental Panel. Cambridge, Cambridge University, 243p.

Jensen, R.R., Gatrell, J.D & Mclean, D.D. 2007. Geo-Spatial Technologies in Urban Environments. Indiana, Springer-Verlag. 240p.

King, L.C. 1956. A geomorfologia do Brasil Oriental. Revista Brasileira de Geografia, 2: 147-268.

Kuenzer, C., Bluemel, A., Gebhardt, S., Quoc, T.V. & Dech, S. 2011. Remote sensing of Mangrove Ecosystems: A Review. Remote Sensing, 3: 878-928.

Lima, C.C.U. 2010. Evidências da ação tectônica nos sedimentos da Formação Barreiras presentes do litoral de Sergipe e ao norte da Bahia. Revista de Geografia, V.especial(1): 140-151.

Martin, L. & Dominguez, J.M.L. 1994. Geological history of coastal lagoons. Coastal Lagoons Processes (Elsevier Oceanography Series), 60(3): 41–68.

Martin, L., Dominguez, J.M.L. & Bittencourt, A.C.S.P. 2003. Fluctuating Holocene sea levels in eastern and southeastern Brazil: evidence from multiple fossil and geometric indicators. Journal of Coastal Research, 19(1): 101-124.

Melo, I.D.F. & Pacheco, A.P. 2004. Aspectos da correção geométrica das imagens orbitais. In: SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS GEODÉSICAS E TECNOLOGIAS DE GEOINFORMAÇÃO, 1, 2004, Recife. Anais...Recife, UFPE, p. 1-9.

Meneses, P.R. & Almeida, T. 2012. Introdução ao processamento de imagens de sensoriamento remoto. Brasília, UnB, 276p.

Moura-Fé, M.M. 2014. Barreiras: série, grupo ou formação? Revista Brasileira de Geografia Física, 7(6): 1055-1061.

Muehe, D. 2002. Geomorfologia costeira. In: Cunha, S.B. & Guerra, A.J.T. (Eds.). Geomorfologia: exercícios, técnicas e aplicações. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, p.191-238.

NASA. National Aeronautics and Space Administration. 2013. Landsat data continuity mission: continuously observing your world. Disponível em: . Acesso em: 25 mar. 2020.

Nascimento, P.S.R. 2017a. Mapeamento temático por imagens de satélite: subsídio à atividade de mineração quartzítica do município de Ouro Branco (RN). Revista UNG Geociências, 16(1): 46-68.

Nascimento, P.S.R. 2017b. Análise das lineações e lineamentos geológicos da Folha Topográfica Currais Novos na província pegmatítica Borborema no estado do Rio Grande do Norte. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO, 18, 2017, São Paulo. Anais... São Paulo, SBSR, p. 174-180.

Nascimento, P.S.R. & Garcia, G.J. 2004. Atualização do mapa de vegetação natural e do uso da terra na sub-bacia do Baixo Piracicaba (SP) com o auxílio de imagens TM/Landsat-5. Estudos Geográficos, 2(2): 31-45.

Novo, E.M.L. 1988. Sensoriamento remoto: princípios e aplicações. São Paulo, Edgar Blücher, 308p.

Nunes, F.C., Silva, E.F. & Bôas, G.S.V. 2011. Grupo Barreiras: características, gênese e evidências de neoctonísmo. Rio de Janeiro, Embrapa Solos, 31p. (Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento / Embrapa Solos).

Oliveira, L.S. & Andrade, A.C.S. 2012. Dinâmica da paisagem da zona de expansão de Aracaju-SE. Scientia Plena, 8(9): 1-6.

Oliveira, L.S. & Andrade, A.C.S. 2013. Vetores e eixos estruturantes do processo de ocupação da paisagem costeira da zona de expansão de Aracaju. Geonordeste (UFS), 3: 1-4.

Oliveira, L.S. & Andrade, A.C.S. 2015. A inserção antrópica no modelamento da paisagem costeira da zona de expansão do município de Aracaju/SE. Revista Brasileira de Geografia Física,8(2): 391-401.

Oliveira, M.B. 2003. Caracterização integrada da linha de costa do Estado de Sergipe, Brasil. Salvador, 102p. Dissertação de Mestrado. Curso de Pós-Graduação em Geologia, Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia.

Otvos, E.G. 2000. Beach ridges – definitions and significance. Geomorphology, 32(1): 83-108.

Pianca, C.; Mazinni, P.L.F. & Siegle, E. 2010. Brazilian offshore wave climate based on NWW3 reanalysis. Brazilian Journal of Oceanography, 1(58): 53-70.

Polizel, S.P. & Rossetti, D.F. 2014. Caracterização morfológica do delta do rio Doce (ES) com base em análise multissensor. Revista Brasileira de Geomorfologia, 15(2): 311-326.

Rabus, B., Eineder, M., Roth, A. & Bamler, R. 2003. The Shuttle Radar Topography Mission–a new class of digital elevation models acquired by spaceborne radar. Photogrammetry and Remote Sensing, 57(4): 241-262.

Rao D.P. 2002. Remote sensing application in geomorphology. Tropical Ecology, 43(1): 49-59.

Sander, L., Raniolo, L.A., Alberdi, E. & Pejrup, M. 2015. Elevation trends in wide beach-ridge systems retrieved from Landsat images and the SRTM digital surface model. Journal of Coastal Research, 31(5):1241-1252.

Santos, G.C. & Andrade, A.C.S. 2013. Expansão da ocupação humana e evolução da linha de costa na Coroa do Meio e Atalaia – Aracaju-SE. Geonordeste (UFS), 3: 1-4.

Santos, L.A. 2015. Geomorfologia e Quaternário do rio Vaza-Barris, Nordeste, Brasil. Rio Claro, 82p. Dissertação de Mestrado, Pós-graduação em Geociências e Meio Ambiente, Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho.

Scheffers, A., Engel, M., Scheffers, S., Squire, P. & Kelletat, D. 2011. Beach ridge systems - archives for Holocene coastal events? Progress in Physical Geography, 36(1):5 - 37.

Silva, C.H.S. & Lima, I.M.M.F. 2020. O litoral do Estado do Piauí: proposta de compartimentação. Revista Brasileira de Geomorfologia, 21(1): 17-32.

Soares, P.C. & Fiori, A.P. 1976. Lógica e sistemática na análise e interpretação de fotografias aéreas em geologia. Notícias geomorfológicas, 6(32): 71-194.

Souza Filho, P.W.M. & El-Robrini, M. 2000. Geomorphology of the Bragança coastal zone, northeastern Pará State. Revista Brasileira de Geociências, 30(3) 522-526.

Souza Filho, P.W.M., Gonçalves, F.D., Beisl, C.H., Miranda, F.P., Almeida, E.F. & Cunha, E.R. 2005. Sistema de observação costeira e o papel dos sensores remotos no monitoramento da costa norte brasileira, Amazônia. Revista Brasileira de Cartografia, 57(2): 79-86.

Steffen, C.A. 2020. Introdução ao sensoriamento remoto. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Disponível em: <http://www3.inpe.br/unidades/cep/atividadescep /educasere/apostila.htm#carlos.> Acesso em: 21 abr. 2020.

Tabosa, W.F., Amaro, V.E. & Vital, H. 2007. Análise do ambiente costeiro e marinho, a partir de produtos de sensoriamento remoto na região de São Bento do Norte, NE Brasil. Revista Brasileira de Geofísica, 25(1): 37-48.

Tamura, T. 2012. Beach ridges and prograded beach deposits as palaeoenvironment records. Earth-Science Reviews, 114(3): 279-297.

USGS. United States Geological Survey. 2017. Landsat Project Description. Disponível em: < https://www.usgs.gov/land-resources/nli/landsat/landsat-8?qt-science_support_page _related_con=0#qt-science_support_page_related_con > Acesso em: 25 mar. 2020.

Valeriano, M.M. 2008. Topodata: guia para utilização de dados geomorfológicos locais. São José dos Campos-SP, INPE, 72p.

Vital, H., Furtado, S.F.L. & Gomes, M.P. 2010. Response of the Apodi-Mossoró estuary incised valley system (NE Brazil) to sea level fluctuations. Brazilian Journal of Oceanography, 58(nº.spe2): 13-24.

Downloads

Publicado

2021-09-30

Como Citar

Ramos, L. P., Andrade, A. C. da S., Nascimento, P. S. de R., & Santos, J. P. da S. (2021). Mapeamento geomorfológico da zona costeira sul de Sergipe. Pesquisas Em Geociências, 48(3). https://doi.org/10.22456/1807-9806.107654