JOÃO GRILO: PÍCARO DO NORDESTE, JUSTICEIRO DO SERTÃO
DOI:
https://doi.org/10.22456/1981-4526.43373Palavras-chave:
Grilo, Cordel, Pícaro, Vingador, Nordeste.Resumo
Se João Grilo tem nacionalidade incerta, já que habita o imaginário popular em diversos países, é no sertão nordestino que encontra acolhida. Em 1948, João Ferreira de Lima lança o cordel Proezas de João Grilo. No texto, o personagem ganha nascimento, infância e adultez. A vida do personagem assemelha-se à de tantos sertanejos, e, por isso, em João Grilo, a picardia ganha ares requintados. Se o pícaro clássico age tão-somente para garantir o direito à vida, João Grilo alia tal necessidade com o mais puro prazer de burlar os outros. Desde a infância, aprendera a rir dos outros. João, em cada ato, torna-se exemplo e imagem de uma camada social abandonada à própria sorte. Cada vingança de Grilo é uma vingança do povo que representa contra os poderosos e emissários do governo. Rir das ações do pícaro não é somente aprender a rir da sua própria situação, mas também crer que é possível vencer o nobre, sendo plebeu; subjugar o forte, sendo fraco; dominar o rico, sendo pobre. As atitudes de João Grilo diminuem o fosso entre os mais necessitados e os abastados. Sua luta é com as palavras. É a única arma que o humilde possui, sua voz. É certo que ela é fraca, quase inaudível aos ouvidos do poder constituído, mas, ainda assim, é uma palavra cortante, afiada, capaz de questionar, boa para insurgir contra os poderosos. É essa a arma de João Grilo. Este trabalho, pois, discute a construção da figura do João grilo, retratado nos folhetos como um justiceiro social, sua descrição física, psicológica, bem como a compreensão de seus atos enquanto meio de insubmissão das classes subalternizadas diante das injustiças que lhe são acometidas. E é por intermédio das palavras de teóricos como Zumthor (1993), Haurélio (2010), e Araújo (1992) que o discurso do Amarelo é ouvido, questionado, proferido, analisado.Downloads
Não há dados estatísticos.
Downloads
Publicado
2013-12-01
Como Citar
Neto, J. E. do N., & Nau Literária, C. E. (2013). JOÃO GRILO: PÍCARO DO NORDESTE, JUSTICEIRO DO SERTÃO. Nau Literária, 9(2). https://doi.org/10.22456/1981-4526.43373
Edição
Seção
Dossiê
Licença
Direitos AutoraisAutores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos: a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License 3.0, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista. b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista. Isenção editorial
O conteúdo dos artigos publicados é de inteira responsabilidade de seus autores, não representando a posição oficial da Revista Nau Literária ou do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul ou das instituições parceiras.