Intérpretes do Brasil:

uma Amazônia para além da floresta e dos rios

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22456/1981-4526.144905

Palavras-chave:

Tradição, Amazônia, Chove nos Campos de Cachoira, Galvez, o imperador do Acre, Relato de um certo oriente

Resumo

As produções literárias da Amazônia rendem assuntos recorrentes e controversos, quando saímos dos circuitos canônicos e passamos a revisitar as literaturas pouco abordadas pelos grandes compêndios de histórias literárias. Embora os textos produzidos nessa região tenham sido marcados pela forte presença da natureza, podemos dizer que estas obras não devem ser analisadas de maneira isolada, mas sim inscritas num circuito de romances que desenvolveram uma tradição na Amazônia. Partindo dos pressupostos de Candido (2007) acerca da tradição como uma atividade de transmissão entre homens conscientes de seu papel na organização de um sistema literário, percebemos que houve uma transformação nessas narrativas, conduzidas pela noção de retomadas e rupturas. Dessa foma, esse trabalho pretende observar como se deu a renoção de romances que rompem com as descrições da natureza e  redimensionam a noção de espaço, tempo e realidade para além das especificidades regionais. Dessa forma, este trabalho se detem em observar  a reconstrução de uma nova narrativa na Amazônia em três romances: Chove nos Campos de Cachoira (1941), de Dalcídio Jurandir, Galvez, o imperador do Acre (1976), de Márcio Souza, e Relato de um certo oriente (1989), de Milton Hatoum.

 

Palavras-chave: Tradição; Amazônia; Chove nos Campos de Cachoira, Galvez, o imperador do Acre; Relato de um certo oriente

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Biografia do Autor

Tayana, CTRB

Possui Graduação em Licenciatura Plena em Letras - Língua Portuguesa (2010) pela Universidade Federal do Pará; Mestrado Sanduíche em Letras: Estudos Literários, pela Universidade Federal do Pará e Universidade Estadual do Rio de Janeiro (2014), e Doutorado em Letras, na área de concentração dos Estudos Literários, atuando na linha de pesquisa de Interpretação, circulação e recepção de textos literários, pela Universidade Federal do Pará (2020). Foi professora colaboradora da UFPA e do PARFOR (Plano Nacional de Formação de Professores) da mesma instituição, atuando principalmente nos seguintes temas: Literatura Brasileira, Dalcídio Jurandir, Literatura da Amazônia e Ensino de Literatura. Atuou por dois anos na Educação Básica por meio da Secretaria de Educação do Pará (SEDUC) e hoje integra o quadro de professores do Colégio Tenente Rêgo Barros.

Marlí, UFPA

Possui graduação em Licenciatura Em Letras pela Universidade Estadual de Maringá (1977), mestrado em Literatura Brasileira pela Universidade Federal de Santa Catarina (1982) e doutorado em Teoria e História Literária pela Universidade Estadual de Campinas (2002). Atualmente é professor Titular da Universidade Federal do Pará. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura Brasileira, atuando principalmente nos seguintes temas: literatura brasileira, literatura da Amazônia, obra de Dalcídio Jurandir, literatura e ensino.

Referências

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Publicado

2025-06-17

Como Citar

Barbosa, T., & Furtado, M. (2025). Intérpretes do Brasil:: uma Amazônia para além da floresta e dos rios. Nau Literária, 21(1), p. 319 –339. https://doi.org/10.22456/1981-4526.144905

Edição

Seção

Dossiê: Intérpretes do Brasil